Saúde

Vacina da Janssen também é associada à trombose nos EUA

Agências americanas de saúde já pediram a suspensão da aplicação desse imunizante que pertence à Johnson & Johnson

Por João Paulo Martins  em 13 de abril de 2021

(Foto: Freepik)

Agências de saúde dos Estados Unidos recomendaram a paralisação do uso da vacina contra covid-19 da Janssen, empresa da Johnson & Johnson, depois que foram relatados casos de coágulos sanguíneos raros e graves em seis mulheres. Deve-se levar em conta que mais de 6,8 milhões de doses do imunizante foram administradas nos EUA.

Essa preocupação segue decisão parecida das agências de medicamentos da Europa e da Austrália em relação à vacina AstraZeneca, que não foi autorizada nos Estados Unidos. Já as outras duas vacinas que constituem a maior parte do fornecimento de imunizantes contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2) nos EUA, a Pfizer-BioNTech e a Moderna, ainda não apresentaram restrições.

Como mostra o jornal britânico The Guardian, a Food & Drugs Administration (FDA), espécie de Vigilância Sanitária, e o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) fizeram uma declaração conjunta.

“Pessoas que receberam a vacina da J&J que desenvolverem forte dor de cabeça, abdominal e nas pernas ou falta de ar dentro de três semanas após a vacinação devem entrar em contato com seu médico”, dizem as duas agências americanas citadas pelo periódico.

Casos de coágulos ou trombose

De acordo om o The Guardian, todas as seis mulheres que apresentaram os coágulos no sangue após receber a vacina da Janssen tinham entre 18 e 48 anos. Uma morreu e outra, moradora do estado de Nebraska está internada na UTI.

O imunizante da Johnson & Johnson também está sob análise pela Agência Europeia de Medicamentos, que investiga quatro casos de coagulação.

Segundo a FDA e o CDC, citados pelo jornal britânico, essa reação é considerada “extremamente rara” e ainda estão investigando se a coagulação é realmente causada pela vacina.

Tecnicamente, o distúrbio é considerado uma trombose, com trombocitopenia, uma contagem baixa de plaquetas, o componente do sangue responsável pela coagulação. Os mesmos sintomas foram observados num pequeno número de usuários do imunizante da AstraZeneca.

Desde 4 de abril, foram registrados 222 casos de coágulos sanguíneos entre as mais de 34 milhões de pessoas em todo o mundo que receberam a vacina da AstraZeneca. A Agência Europeia de Medicamentos examinou 86 casos, 18 dos quais foram fatais.

“A segurança e o bem-estar das pessoas que usam nossos produtos é nossa prioridade número um. No momento, nenhuma relação causal clara foi estabelecida entre esses eventos raros e a vacina Janssen contra covid-19. Continuamos a trabalhar em estreita colaboração com especialistas e reguladores para avaliar os dados e apoiar a comunicação aberta dessas informações aos profissionais de saúde e ao público”, informa a Johnson & Johnson em comunicado reproduzido pelo The Guardian.

A Janssen é uma empresa biofarmacêutica do grupo Johnson & Johnson e responsável pelo desenvolvimento da vacina contra o novo coronavírus.

A J&J e a AstraZeneca usam uma tecnologia de imunização chamada plataforma de adenovírus, que ajuda a estimular a imunidade. Esse método utiliza um vírus de resfriado enfraquecido carregado com a carga genética do SARS-CoV-2 para induzir o sistema imunológico a produzir anticorpos.

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