Saúde
Talazoparibe é duas vezes mais rápido no combate ao câncer de próstata
Segundo estudo, medicamento produzido pela Pfizer e usado no tratamento do câncer de mama se mostra eficaz para interromper a progressão do tumor na próstata
Um estudo publicado no dia 10 de agosto na revista científica Oncology, do grupo The Lancet, descobriu que o medicamento talazoparibe (Talzenna), produzido pela biofarmacêutica americana Pfizer, pode impedir a progressão do câncer de próstata de estágio avançado.
Como mostra o jornal britânico The Times, os especialistas acreditam que esse remédio, que já provou ser eficaz em mulheres com câncer de mama avançado, pode beneficiar milhares de homens todos os anos.
Os cientistas afirmam que a descoberta é um “passo importante” para homens com câncer de próstata que, de outra forma, “ficariam sem opções”.
Os resultados do primeiro ensaio de fase II (com centenas de voluntários) da droga, liderado pelo Instituto de Pesquisa do Câncer e pela Fundação Real Marsden, ambas instituições do Reino Unido, mostram que a talazoparibe pode interromper a progressão do câncer de próstata avançado em média de 5 a 6 meses após o início do tratamento – isso é cerca de duas vezes mais rápido que os métodos atuais, segundo o jornal.
A pesquisa recém-publicada revela que o medicamento foi particularmente eficaz em homens que são geneticamente predispostos a desenvolver câncer de próstata devido a uma mutação do gene BRCA – o mesmo que afeta a atriz Angelina Jolie e que aumentou seu risco de câncer de ovário e de mama.
De acordo com o The Times, o uso do talazoparibe retardou a progressão da doença em uma média de 11,2 meses em pacientes com câncer de próstata que tinham genes BRCA defeituosos.
Além de dar bom resultado em homens com outras 10 mutações de DNA. Em alguns casos, o tratamento interrompeu completamente o crescimento do tumor.
Esse estudo de fase dois é o primeiro a demonstrar a segurança e a eficácia do medicamento produzido pela Pfizer no tratamento do câncer de próstata. O sucesso foi tão grande que um teste de fase III (com milhares de voluntários) já está em andamento, informa o periódico britânico.
Esse é o segundo medicamento de precisão que tem sua eficácia comprovada no combate ao câncer de próstata. Anteriormente, como mostra o The Times, o olaparibe, produzido pela biofarmacêutica AstraZeneca, havia apresentado ótimo resultado.
As duas drogas permitem que os médicos realizem um tratamento “personalizado”, ou seja, combatendo o tumor de acordo com a composição genética do paciente, em vez da abordagem tradicional da quimioterapia ou da terapia hormonal.