Saúde

Saiba mais sobre o remédio Paxlovid, da Pfizer, que o governo dos EUA adquiriu mais 10 milhões de caixas

Produzido pela biofarmacêutica americana Pfizer, o Paxlovid é composto por nirmatrelvir e ritonavir e é indicado para pacientes com quadros leves e moderados de covid-19

Por João Paulo Martins  em 05 de janeiro de 2022

O Paxlovid traz um comprimido de nirmatrelvir, que inibe uma proteína do coronavírus, e ritonavir, que prolonga o efeito do nirmatrelvir (Foto: Pfzier/Divulgação)

 

Em comunicado divulgado em seu site, a biofarmacêutica americana Pfizer anunciou que o governo dos EUA se comprometeu a adquirir mais 10 milhões do remédio oral Paxlovid para tratamento da covid-19. Agora, o total de unidades adquiridas por Washington chega a 20 milhões.

“Dados mostram reduções significativas em hospitalizações e mortes do Paxlovid e uma atividade antiviral robusta contra a Ômicron. Acreditamos que essa terapia será uma ferramenta importante na luta contra a covid-19. Temos o prazer de trabalhar com o governo dos Estados Unidos para ajudar a ampliar o acesso dos pacientes a esta terapia potencialmente revolucionária”, diz Albert Bourla, presidente e CEO da Pfizer, no mesmo comunicado.

O remédio Paxlovid está disponível apenas por receita, de acordo com a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA – espécie de Vigilância Sanitária.

O medicamento consiste em comprimidos contendo nirmatrelvir, que inibe uma proteína do coronavírus (SARS-CoV-2), impedindo a replicação do micro-organismo, e ritonavir, que retarda a degradação do nirmatrelvir para ajudá-lo a permanecer no corpo por um período mais longo em concentrações mais elevadas.

O Paxlovid é administrado na forma de três comprimidos (dois de nirmatrelvir e um de ritonavir) tomados em conjunto por via oral, duas vezes ao dia, durante cinco dias, num total de 30 comprimidos. Ele não deve ser usado por mais de cinco dias consecutivos.

 

Quem pode tomar Paxlovid

 

A FDA diz que o Paxlovid é indicado no tratamento de casos leves e moderados de covid-19 em adultos e pacientes pediátricos (12 anos de idade ou mais pesando pelo menos 40 kg) com resultados positivos de SARS-CoV-2 e que apresentam alto risco de progressão da doença, incluindo hospitalização ou morte.

 

Quando tomar Paxlovid

 

O Paxlovid deve ser tomado o mais rápido possível, diz a FDA, após o paciente ser diagnosticando com coronavírus e em até cinco dias após o início dos sintomas.

Os sintomas aparecem de forma diferente para cada pessoa, mas os mais comuns incluem:

  • Febre ou calafrios
  • Tosse
  • Falta de ar ou dificuldade para respirar
  • Fadiga
  • Dores musculares ou no corpo
  • Dor de cabeça
  • Perda de paladar ou olfato
  • Dor de garganta
  • Congestão ou nariz escorrendo
  • Náusea ou vômito
  • Diarreia
  • Problemas respiratórios
  • Dor persistente ou pressão no peito
  • Confusão  mental
  • Incapacidade de acordar ou ficar acordado
  • Pele, lábios ou leito ungueal pálido, cinza ou azulado

 

O que Paxlovid não é

 

Conforme a Food and Drug Administration, o Paxlovid não está autorizado para prevenção ou pós-exposição ao coronavírus (quando não há diagnóstico ainda), nem é um substituto para o tratamento de pacientes que necessitam de hospitalização devido à condição grave da covid-19.

O Paxlovid também não é um substituto da vacinação e das medidas sanitárias de prevenção da disseminação da doença, como uso de máscara e distanciamento social.

O remédio da Pfizer não é recomendado para quem tem insuficiência renal ou hepática graves.

 

Possíveis efeitos colaterais do Paxlovid

 

A FDA afirma que os possíveis efeitos colaterais do Paxlovid incluem diminuição do paladar, diarreia, hipertensão e dores musculares.

O uso do medicamento junto a certos remédios pode resultar em interações medicamentosas potencialmente significativas.

Pessoas com infecção por HIV-1 não controlada ou não diagnosticada não deve usar Paxlovid porque ele pode causar resistência ao tratamento pelo vírus da Aids.

O ritonavir pode causar lesões no fígado, por isso deve ser usado com cautela por doentes com doenças hepáticas preexistentes, como anomalias das enzimas hepáticas ou inflamação do fígado.

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