Saúde

Risco de coágulo no cérebro é maior em quem teve covid-19 do que nos vacinados

Segundo estudo, chance de ter trombose venosa cerebral é até 7 vezes maior em quem foi infectado pelo coronavírus do que naqueles que receberam a vacina da AstraZeneca

Por João Paulo Martins  em 19 de abril de 2021

(Foto: Pixabay)

Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, afirmam que o risco de uma pessoa desenvolver trombose venosa cerebral (coágulo sanguíneo) após a infecção por covid-19 é cerca de 100 vezes maior do que o normal e bem acima do verificado em quem foi vacinado contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2).

O estudo, publicado no site OSF na última quinta (15/4) e ainda não verificado por outros cientistas, contou o número de casos de trombose cerebral venosa nas duas semanas após o diagnóstico de covid-19, ou após a primeira dose da vacina contra SARS-CoV-2.

Em seguida, os pesquisadores compararam os resultados com as incidências de coágulo sanguíneo no cérebro de pessoas que tiveram gripe e na população em geral.

Descobertas do estudo

Segundo o estudo recém-publicado, a trombose venosa cerebral é mais comum em pacientes que tiveram covid-19 do que em qualquer um dos grupos de comparação, com 30% dos casos ocorrendo em pessoas na casa dos 30 anos.

Em comparação com aqueles que receberam as vacinas contra o coronavírus, o risco de coágulo no cérebro é de 8 a 10 vezes maior em que teve a doença e, em relação à população em geral, é aproximadamente 100 vezes maior.

Cientistas descobriram que dos mais de 500.000 pacientes que foram infectados com coronavírus, a trombose cerebral ocorreu na proporção de 39 para cada um milhão de pessoas.

Nos mais de 480.000 que receberam vacinas contra covid-19 baseadas no RNAm do vírus (Pfizer e Moderna), a proporção de coágulos cerebrais foi de apenas quatro em um milhão. E chegou a cerca de cinco em um milhão de pessoas após a primeira dose da vacina AstraZeneca-Oxford.

No entanto, os cientistas alertam que todas as comparações devem ser interpretadas com cautela, uma vez que os dados ainda estão sendo acumulados – o estudo ainda não foi avaliado por outros especialistas.

“Há preocupações sobre possíveis associações entre vacinas e trombose venosa cerebral, fazendo com que governos e reguladores restrinjam o uso de certos imunizantes. No entanto, uma questão chave permaneceu desconhecida: ‘qual é o risco de trombose após um diagnóstico de covid-19?’. Chegamos a duas conclusões importantes. Em primeiro lugar, a covid-19 aumenta significativamente o risco de coágulo cerebral […] Além disso, o risco da covid-19 é maior do que vemos com as vacinas atuais, mesmo para aqueles com menos de 30 anos; algo que deve ser levado em consideração ao considerar o equilíbrio entre riscos e benefícios da vacinação”, comenta o pesquisador Paul Harrison, da Universidade de Oxford, citado pelo site da instituição de ensino.

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