Saúde

Paciente morre no Reino Unido após 505 dias sofrendo com a covid longa

O britânico possuía nada menos que 10 variantes do coronavírus, incluindo a ômicron

Por Da Redação  em 22 de abril de 2022

(Foto: Pixabay)

 

Médicos do Reino Unido pediram novos tratamentos urgentes para eliminar a infecção persistente causada pelo coronavírus (SARS-CoV-2) e conhecida como covid longa. Como mostra o jornal britânico The Guardian, um paciente foi identificado como a primeira pessoa no mundo a abrigar o vírus por mais de um ano.

O paciente, que tinha o sistema imunológico enfraquecido, pegou coronavírus em 2020 e testou positivo para covid-19 por 505 dias antes de morrer. Anteriormente, o caso mais longo conhecido da doença, confirmado por teste PCR (padrão ouro), era de um sobrevivente de câncer nos EUA, que tinha cerca de 40 anos e testou positivo por 335 dias, revela o jornal britânico.

Pesquisadores da Universidade King’s College, de Londres, no Reino Unido, e da fundação britânica NHS acompanharam nove pacientes com covid longa para ver como o vírus evoluía ao longo do tempo. Todos tinham sistemas imunológicos enfraquecidos devido a transplante de órgãos, HIV, câncer ou tratamentos para outras doenças.

As infecções geralmente persistiram por cerca de 10 semanas, informa o The Guardian, mas dois pacientes tiveram o vírus por mais de um ano. Além do infectado por 505 dias, um segundo até agora testou positivo por 412 dias e pode ultrapassar o recorde na próxima consulta de acompanhamento.

Pacientes imunossuprimidos (sistema imunológico enfraquecido) são particularmente vulneráveis às infecções persistentes do coronavírus. No estudo atual, quatro dos nove participantes morreram, com a covid contribuindo de cerca de 33% a 50% dessas mortes. A covid longa também podem ser uma fonte para o aparecimento de novas variantes do vírus.

Análises genéticas revelaram que em cinco dos nove pacientes, o vírus adquiriu pelo menos uma mutação encontrada nas variantes de preocupação. O paciente que foi infectado por 505 dias carregava nada menos 10 mutações do SARS-CoV-2, incluindo alpha, gamma e ômicron, segundo o jornal britânico.

Muitos cientistas suspeitam que algumas cepas preocupantes, como a alpha, surgiram em pacientes com covid longa, mas outras fontes possíveis de novas variantes são animais que contraem o vírus e o transmitem aos humanos.

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