Saúde

Novo implante mamário testado na Austrália é 100% natural e pode aposentar o silicone

A novidade é uma ótima alternativa para mulheres que sofrem rejeição das próteses tradicionais ou para as que fizeram mastectomia

Por João Paulo Martins  em 04 de agosto de 2022

(Foto: Freepik)

 

Cirurgiões do hospital Metro North Health, em Brisbane, na Austrália, acabam de criar uma alternativa mais segura para as próteses de silicone das mamas. A novidade poderá ajudar mulheres em todo o mundo que precisam de reconstrução mamária, especialmente as pacientes que tiveram câncer e realizaram mastectomia (retirada dos seios).

Segundo a versão australiana do portal Yahoo!, o procedimento é resultado de décadas de pesquisa e um estudo clínico realizado pela voluntária Moana Staunton, que teve os implantes de silicone removidos e substituídos por uma estrutura bioabsorvível, impressa em 3D em 23 de junho deste ano, feita de um material médico conhecido como policaprolactona (PCL). Ela foi inserida na área da mama e preenchida com células de gordura da própria voluntária australiana.

Após dois anos, a estrutura de suporte terá se dissolvido, totalmente absorvida pelo organismo, deixando a paciente com os tecidos naturais, explica o portal. A nova técnica é fruto de uma parceria do hospital Metro North com a empresa alemã de tecnologia médica BellaSeno.

Segundo o pesquisador Owen Ung, um dos responsáveis pelo procedimento no hospital australiano, citado pelo Yahoo!, Moana Staunton é uma das muitas mulheres que sofrem da chamada “doença de implante mamário”, com uma série de sintomas inexplicáveis que se acredita estarem ligados aos implantes de silicone.

“No caso de Moana, ela estava com tontura e mal-estar geral, e muitas vezes vemos pacientes que acreditam que seus implantes de silicone as estejam deixando doentes. Mas não são apenas as que sofrem complicações com os implantes que se beneficiarão. Vamos avançar nos estudos para ajudar as que tiveram câncer, mudando a vida de mulheres que precisam de mastectomia e têm opções reconstrutivas limitadas até agora. Ainda estamos na fase um dos ensaios clínicos, mas este trabalho tem implicações extremamente promissoras para mulheres em todo o mundo”, comenta o especialista.

De acordo com o portal, o ensaio clínico de fase um da Metro North recrutará de 15 a 20 pacientes elegíveis e deve durar até que cada uma delas tenha sido acompanhada por dois anos.

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