Saúde

Ivermectina volta a ser o centro das atenções; farmacêutica japonesa diz que remédio é eficaz contra a Ômicron

A biofarmacêutica Kowa está realizando um estudo em parceria com a Universidade Kitasato, mas ainda não foi realizado nenhum teste em humanos

Por João Paulo Martins  em 01 de fevereiro de 2022

(Foto: Merck/Divulgação)

 

O vermífugo ivermectina voltou a virar notícia após a empresa biofarmacêutica japonesa Kowa dizer na última segunda (31/1) que o medicamento antiparasitário mostrou “efeito antiviral” contra a variante ômicron do coronavírus.

Segundo a agência alemã de notícias Reuters, outras variantes também foram analisadas na pesquisa, que não inclui testes clínicos em humanos. Ainda conforme a agência, a Kowa está trabalhando com a Universidade Kitasato, de Tóquio, no Japão, para testar a ivermectina como um tratamento potencial para a covid-19.

O uso do vermífugo contra o coronavírus e suas cepas não é aprovado no Japão, informa a Reuters. Ele também não é autorizado para esse fim nos EUA, na União Europeia e nem pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia esclarecido em 2020 que a ivermectina não é indicada contra a covid.

Segundo a agência alemã de notícias, a própria Merck, que produz o remédio de referência, já alertou que seu uso como antiviral carece de evidência científica.

No ano passado, surgiu nas redes sociais a informação de que um estudo a Universidade de Oxford, no Reino Unido, teria comprovado a eficácia do vermífugo contra o coronavírus. O próprio presidente Jair Bolsonaro chegou a usar a suposta informação numa live. Porém, isso não é verdade. A pesquisa, que teve uma amostra de apenas 128 pessoas, revelou uma redução de 56% na mortalidade por covid-19, mas que “não houve diferença entre o uso da ivermectina e o tratamento padrão” em pacientes considerados graves.

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