Saúde

Fundação Bill & Melinda Gates diz ter “solução” para a pandemia de covid-19

Segundo a entidade criada pelo fundador da Microsoft, a fabricação em massa de vacinas num prazo de cerca de 3 meses pode por fim à pandemia

Por João Paulo Martins  em 18 de setembro de 2021

Relatório da fundação criada por Bill Gates afirma que apenas a produção em massa de vacinas em até 100 dias poderá acabar com a pandemia de covid-19 (Foto: YouTube/TED/Reprodução)

 

Um dos nomes de destaque durante a pandemia de covid-19 é do bilionário americano Bill Gates, fundador da Microsoft, que se destacou nos últimos meses fazendo previsões sobre o futuro do novo coronavírus. À emissora americana CNBC, em abril, ele chegou a dizer que a pandemia pode terminar no final de 2022.

Agora, um relatório divulgado na última segunda (13/9) pela Fundação Bill & Melinda Gates, afirma que “o fim ainda está longe” e se aventura a propor uma solução “rápida” para a crise de saúde atual e possíveis pandemias que virão.

“A única solução real para nosso problema é ter fábricas que possam produzir doses suficientes de vacinas para todo mundo num prazo de 100 dias. É viável”, afirma a fundação criada por Bill Gates, citada pela revista mexicana Entrepreneur.

Nesse sentido, o relatório reforça que “os [países] mais vulneráveis foram os mais afetados e provavelmente serão os mais lentos para se recuperarem”.

Essa afirmação é confirmada pelos dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), que revelam que do total de vacinas administradas no mundo, a África recebeu apenas 2%.

Quanto à recuperação econômica, o texto divulgado pela Fundação Bill & Melinda Gates, citado pela revista, diz que será “desigual” entre os países. Como resultado, espera-se que 700 milhões de pessoas em países de média baixa e renda cheguem à linha da pobreza extrema até 2030. Além disso, a recuperação deve ser muito mais lenta na América Latina, África Subsaariana, Ásia Central e Oriente Médio.

O relatório também observa que, como resultado da pandemia, 31 milhões de pessoas chegaram à pobreza extrema pela primeira vez em comparação com 2019.

Segundo Mark Suzman, diretor executivo da fundação, citado pela Entrepreneur, afirma que a maioria dos países ricos, onde há maior cobertura das vacinas, pode ter “este ano” uma recuperação da renda per capita para níveis pré-pandêmicos.

Em contraste, dois terços dos países em desenvolvimento permanecerão abaixo de seus indicadores de dois anos atrás e alguns deles “enfrentarão muitos anos de crise econômica antes de retornar aos níveis de 2019”.

Ele destaca ainda que a pandemia retardou o progresso em direção à igualdade de gênero, uma vez que as mulheres foram as mais afetadas nas áreas trabalhista e social.

“13 milhões de empregos foram perdidos em todo o mundo para mulheres em relação aos homens. As mulheres também carregam o fardo das responsabilidades de cuidar das famílias tanto no mundo rico quanto no pobre”, comenta Suzman, citado pela publicação mexicana.

O relatório da fundação criada por Bill Gates apela aos líderes mundiais para que façam os investimentos necessários para desenvolver e fabricar vacinas, bem como melhorar a infraestrutura de saúde pública, especialmente em países de baixa renda.

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