Saúde

Estudo confirma eficácia muito maior de vacinas como a da Pfizer em relação à Coronavac/Sinovac

Pesquisadores descobriram que a quantidade de anticorpos produzidos pelos imunizantes que usam RNAm é bem superior à de vacinas com vírus inativos

Por João Paulo Martins  em 16 de julho de 2021

(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil/Divulgação)

Pessoas que receberam a vacina contra o novo coronavírus do consórcio formado pelas empresas biofarmacêuticas BioNTech (Alemanha) e Pfizer (EUA) apresentaram 10 vezes mais anticorpos do que as que receberam a Sinovac (Coronavac no Brasil), produzida pela China.

A informação foi divulgada pela rádio francesa France 24 e corresponde a um estudo observacional realizado pela Universidade de Hong Kong, na China, e publicado na revista científica The Lancet Microbe na última quinta (15/7).

Os pesquisadores avaliaram um estudo feito com 1.442 profissionais de saúde e alertam que os anticorpos não são a única medida do sucesso de uma vacina no combate a uma doença específica.

Ainda assim, citados pela emissora, eles afirmam que “a diferença nas concentrações de anticorpos neutralizantes identificados em nosso estudo pode se traduzir em diferenças substanciais na eficácia da vacina”.

Aqueles que receberam a Sinovac/Coronavac tinham níveis “semelhantes ou mais baixos” de anticorpos em relação a pacientes que contraíram a covid-19 e se recuperaram dela com sucesso.

Como mostra a France 24, o estudo só aumenta as evidências de que vacinas usando tecnologia pioneira de RNAm (que ajuda na produção de DNA), como as Pfizer/BioNTech e Moderna, oferecem melhor proteção contra o novo coronavírus e suas variantes do que aquelas desenvolvidas por métodos mais tradicionais, como o uso de partes inativadas do vírus (é o caso dos imunizantes da China e da Rússia).

Mas vale lembrar que as vacinas tradicionais são mais baratas e menos complicadas de transportar e armazenar, tornando-as uma ferramenta vital no combate à pandemia de covid-19 em países menos desenvolvidos.

De acordo com p epidemiologista Ben Cowling, um dos autores do relatório, citado pela rádio francesa, afirma que as pessoas precisam continuar recebendo a Sinovac/Coronavac se não houver outra opção, porque essa proteção é sempre melhor do que não ter vacinado.

“Não deixe o perfeito ser inimigo do bom. É claramente melhor ser vacinado com uma vacina inativada [vírus inativo ou partes dele] do que esperar e não ser vacinado. Muitas, muitas vidas foram salvas pela vacina inativada”, esclarece o pesquisador à France 24.

Os cientistas da Universidade de Hong Kong esperam que seus dados ajudem a criar “estratégias alternativas”, como doses de reforço, que podem ser necessárias para aumentar a proteção para aqueles que receberam vacinas com vírus inativo, como a Sinovac/Coronavac e Sputnik (Rússia).

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