Saúde

Estudo americano revela menor eficácia da vacina da Pfizer em crianças abaixo de 12 anos

A pesquisa ainda não foi revisada por outros cientistas, mas serve de alerta para possíveis reduções nas medidas sanitárias de controle da Covid-19

Por Da Redação  em 01 de março de 2022

(Foto: Pfizer/Divulgação

 

A vacina contra covid-19 do consórcio formado pelas biofarmacêuticas Pfizer e BioNTech é menos eficaz em crianças de 5 a 11 anos do que em adolescentes e adultos, de acordo com um estudo pré-publicado (ainda não revisado) nesta terça (1/3) no repositório científico online medRxiv.

A pesquisa feita pelo Departamento Estadual de Saúde de Nova Iorque (New York State Department of Health) foi realizada após as autoridades americanas terem relaxado a obrigatoriedade do uso de máscaras e um dia depois de Eric Adams, prefeito de Nova Iorque, dizer que provavelmente encerraria a exigência de proteção facial nas escolas, informa o jornal britânico The Guardian.

Seis cientistas de saúde pública do estado de Nova Iorque analisaram casos e taxas de hospitalização de 13 de dezembro de 2021 a 30 de janeiro de 2022, compreendendo 852.384 crianças totalmente vacinadas de 12 a 17 anos e 365.502 crianças totalmente vacinadas de 5 a 11 anos.

Os resultados revelam que a eficácia da vacina da Pfizer-BioNtech contra a hospitalização durante o surto da variante ômicron do coronavírus diminuiu de 85% para 73% para crianças de 12 a 17 anos.

Como mostra o The Guardian, entre as de 5 a 11 anos, a eficácia caiu ainda mais, de 100% para 48%.

A eficácia do imunizante contra testes positivos de covid-19 diminuiu de 66% para 51% entre as crianças de 12 a 17 anos. No grupo mais jovem, a eficácia caiu de 68% para 12%.

Na última semana de janeiro, a eficácia da vacina contra a infecção entre crianças de 12 anos foi de 67% e apenas de 11% para as de 11.

“A diferença entre as duas faixas etárias é impressionante”, comenta o imunologista Florian Krammer, Escola de Medicina Icahn, do grupo hospitalar Mount Sinai, citado pelo jornal britânico.

Ele lembra que crianças de 12 anos recebem 30 mg da vacina, a mesma dose dada aos adultos. Mas as de 11 anos são imunizadas com doses de apenas 10 mg.

“Isso é interessante porque quase sugere que é a dose que faz a diferença. A questão é como consertar isso”, diz Krammer.

Os cientistas alertam que novas pesquisas são necessárias para determinar a melhor dose a ser administrada às crianças, levando em consideração fatores como o número e o momento das aplicações.

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