Saúde

Chinês morre vítima da raríssima herpes B, que é transmitida por macacos

O homem trabalhava num centro de pesquisa de primatas e foi exposto ao vírus que atinge o cérebro e é extremamente mortal

Por João Paulo Martins  em 19 de julho de 2021

(Foto: Freepik)

Um homem morreu na China após contrair uma doença extremamente rara que afeta macacos, conhecida como o vírus da herpes B. A informação foi revelada pelas autoridades chinesas de saúde em relatório publicado no último sábado (17/7) e citado pelo jornal americano The Washington Post.

A vítima, um veterinário de 53 anos de Pequim, capital da China, foi o primeiro caso humano documentado do vírus no país asiático.

De acordo com o Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças, o homem trabalhava num instituto de pesquisa especializado em reprodução de primatas e havia dissecado dois macacos que morreram em março.

Como mostra o jornal, a vítima sentiu náuseas, vômitos e febre um mês depois do contato com os primatas e morreu no dia 27 de maio. As amostras de sangue e saliva foram enviadas para a instituição chinesa em abril, onde os pesquisadores encontraram evidências do vírus da herpes B.

Também chamado de vírus do “macaco B”, esse micro-organismo é encontrado nos primatas, mas extremamente raro (muitas vezes mortal) nos humanos, revela o Washington Post.

Nas pessoas, o vírus tende a atacar o sistema nervoso central e causar inflamação no cérebro, levando à perda de consciência. Se não for tratada, há uma taxa de mortalidade de cerca de 80%, diz o periódico.

Até hoje, foram registradas menos de 100 infecções humanas de herpes B desde o primeiro caso de transmissão de primata para humano em 1932.

A maioria das vítimas, de acordo om o Washington Post, costumam ser justamente médios veterinários, cientistas e pesquisadores que trabalham diretamente com macacos e podem ser expostos a fluidos por meio de arranhões, mordidas ou dissecações.

As autoridades chinesas de saúde, citadas pelo jornal americano, afirmam que a descoberta do vírus do macaco B em humano sugere que ele pode “representar uma ameaça zoonótica [transmitida de animais para pessoas] potencial para os trabalhadores ocupacionais”.

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