Saúde

Agência dos EUA recomendará antibiótico doxiciclina para evitar transmissão de doenças após sexo

A recomendação dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças é direcionada a homens gays e bissexuais e mulheres trans

Por Da Redação  em 04 de outubro de 2023

(Foto: Freepik)

 

Para tentar frear o avanço de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention ou CDC) dos EUA planejam recomendar o uso do antibiótico doxiciclina após o sexo desprotegido.

Segundo o jornal americano The New York Times, o medicamento seria indicado apenas para homens gays e bissexuais e mulheres trans que tiveram uma DST no ano anterior ou que possam estar em risco desse tipo de infecção. O problema é que são poucas as evidências científicas para recomendar a estratégia dos CDC.

A agência divulgou um projeto de diretrizes na última segunda (2/10) e planeja finalizá-las após um período de 45 dias de consulta pública. Elas são baseadas em estudos que mostram que uma dose única de doxiciclina tomada dentro de 72 horas após as relações sexuais desprotegidas reduziria drasticamente o risco de infecções, de acordo com o jornal.

A doxiciclina é usada há décadas e há poucos indícios de que as bactérias tenham se tornado resistentes a ela. A sífilis e a clamídia nem sempre desenvolvem resistência, mas a gonorreia, por outro lado, costuma ser resistente a várias classes de antibióticos.

Até agora, as evidências usadas pelos CDC apoiam o uso do medicamento como profilaxia pós-exposição (PEP) apenas em homens que fazem sexo com homens e com mulheres transexuais. Nesses grupos, o antibiótico ajudaria a reduzir em 90% as taxas de infecção por sífilis e clamídia e em cerca de 55% as de gonorreia

A agência americana, citada pelo The New York Times, disse que os médicos deveriam prescrever doxiciclina como parte de um programa abrangente de saúde sexual que inclua aconselhamento, triagem e tratamento para DSTs, especialmente para o vírus HIV.

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