Saúde

1001 utilidades: Aspirina pode evitar morte em paciente com câncer

Estudo recente descobre que o uso do ácido acetilsalicílico junto ao tratamento padrão contra os tumores pode reduzir em 20% o risco de morte

Por João Paulo Martins  em 02 de julho de 2021

(Foto: Freepik)

Além de proteger o sistema cardiovascular e prevenir os efeitos graves da covid-19, agora, um estudo revela que o ácido acetilsalicílico, mais conhecido como Aspirina, pode reduzir em 20% o risco de morte de pacientes com câncer.

Pesquisadores da Universidade de Cardiff, no País de Gales, afirmam que o medicamento – comumente usado como analgésico – não só possui “mecanismos biológicos” que ajudam a reduzir o risco de mortalidade, mas também diminuem a disseminação do câncer dentro do organismo.

As descobertas foram publicadas nesta sexta (2/7) na revista científica digital eCancer.

De acordo com os cientistas, citados pela emissora australiana Sky News, médicos devem considerar seriamente a possibilidade de usar Aspirina junto com outras terapias no tratamento dos tumores, com base nas evidências de eficácia e segurança.

Entenda o estudo sobre o ácido acetilsalicílico

A pesquisa da universidade galesa revisou 118 estudos publicados anteriormente, que incluíram 250.000 pacientes com 18 tipos diferentes de câncer. Além disso, foram considerados os riscos de tomar Aspirina, como possível sangramento estomacal.

Um pequeno número de voluntários analisados pelos estudos apresentaram sangramento, mas não havia evidência de morte associada a esse problema em quem ingeriu o ácido acetilsalicílico, informam os cientistas, citados pela emissora.

“No geral, descobrimos que a qualquer momento após receberem o diagnóstico de câncer, cerca de 20% dos pacientes que tomaram Aspirina estavam vivos, em comparação com os que não ingeriram o medicamento. Nossa pesquisa sugere que a Aspirina ajuda a reduzir não apenas o risco de morte, mas também a disseminação do câncer no corpo [metástase]”, afirma o pesquisador Peter Elwood, que estuda há mais de 50 anos os efeitos do ácido acetilsalicílico, à Sky News.

Ainda segundo o especialista, existe uma quantidade considerável de evidências que sugere uma redução significativa na mortalidade em pacientes com câncer que tomam Aspirina – e o benefício parece não estar restrito a um ou alguns tipos de tumor.

“A Aspirina, portanto, parece merecer uma consideração séria como um tratamento adjuvante do câncer e os pacientes e seus cuidadores devem ser informados sobre as evidências disponíveis. No entanto, devemos também enfatizar que a Aspirina não é uma alternativa possível a qualquer outro tratamento”, orienta o pesquisador.

Ainda assim, ele alerta que são necessários mais estudos associando a ingestão de ácido acetilsalicílico ao tratamento de pacientes com câncer, especialmente em relação à dosagem adequada.

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