Cultura

Strippers da Califórnia querem fazer parte do sindicato que representa atores do show business

Dezenas de dançarinas de uma casa noturna de strip tease estão protestando para fazerem parte do sindicato Actors Equity Associatio

Por João Paulo Martins  em 19 de agosto de 2022

Jennifer Lopez interpreta a stripper Ramona no filme As Golpistas (2019) (Foto: Annapurna Pictures/Reprodução)

 

Strippers que trabalham na casa noturna Star Garden Topless Dive Bar, em North Hollywood, na Califórnia (EUA), entraram com pedido na Câmara Nacional de Relações de Trabalho dos EUA (National Labor Relations Board) para que possam fazer parte do Sindicato de Artistas e Profissionais do Show Business (Actors Equity Association).

“Gostamos do que fazemos. Gostaríamos ainda mais de nossos empregos se tivéssemos as proteções básicas dos trabalhadores”, afirmam uma das strippers que trabalha sob o nome artístico de Velveeta, em comunicado divulgado na última quarta (17/8) e reproduzido pela emissora americana CNN.

Entre os pontos levantados pelas dançarinas que realizam strip tease está a segurança durante as apresentações no clube, pois, segundo elas, há falhas já que muitos clientes apresentam comportamentos ameaçadores e abusivos.

“Somos como tantos outros trabalhadores que aprenderam na marra que não é uma questão de escolher entre sofrer abuso ou desistir. Com um sindicato, juntas, podemos fazer as melhorias necessárias em nosso local de trabalho”, comenta a profissional.

A CNN explica que existem cerca de 30 strippers que podem fazer parte do sindicato Actors Equity, que tem 109 anos e representa 51.000 atores e outros profissionais que trabalham em tudo, desde shows da Broadway, em Nova Iorque (EUA), a artistas que se apresentam em palcos da Disney World, em Orlando (EUA).

“Strippers são artistas ao vivo e, embora alguns aspectos do trabalho sejam únicos, elas têm muito em comum com outros membros do sindicato que dançam para viver. Nas conversas que tive com elas, as dançarinas relataram problemas consistentes de compensação – incluindo sério roubo de salário – juntamente com riscos e violações de saúde e segurança. Elas querem seguro de saúde e outros benefícios, como compensação das horas”, afirma Kate Shindle, presidente do Actors Equity., citada pela emissora americana.

As strippers do Star Garden Topless Dive Bar, de acordo com a CNN, estão realizando protestos desde março deste ano contra as condições de trabalho, desde que duas artistas foram demitidas. Mais de uma dúzia das profissionais assinaram uma petição exigindo a reintegração das colegas demitidas. As reivindicações fizeram com que 15 strippers fossem impedidas de voltar ao trabalho no clube, segundo Velveeta. Uma queixa de prática trabalhista abusiva foi apresentada contra a administração da casa noturna na Câmara Nacional de Relações de Trabalho.

A emissor alembra que não existe um sindicato representando as strippers dos Estados Unidos desde que o único clube de strip sindicalizado do país, o Lusty Lady, em San Francisco, na Califórnia, fechou em 2013, de acordo com o Actors Equity.

Em muitas localidades dos Estados Unidos, as strippers são classificadas como autônomas, em vez de funcionárias dos clubes. Conforme a CNN, organizá-las em um sindicato apresenta obstáculos legais significativos. A Califórnia, por exemplo, possui leis que permitem a contratação de trabalhadores como autônomos.

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