Cultura

Seis novas espécies de rãs são descobertas na região amazônica do Equador

São anfíbios que não dependem de rios e lagos e possuem o maior número de espécies entre os vertebrados terrestres

Por João Paulo Martins  em 24 de outubro de 2022

(Foto: Ministerio del Ambiente, Agua y Transición Ecológica/Instituto Nacional de Biodiversidad/Divulgação)

 

Cientistas equatorianos descobriram seis novas espécies de rã-da-chuva (gênero Pristimantis) em encostas com vegetação amazônica nos Andes, informa o Ministério do Meio Ambiente do Equador, em comunicado divulgado no último domingo (23/10).

Os pesquisadores Jhael Ortega, Jorge Brito e Santiago Ron realizaram as descobertas nos parques nacionais de Llanganates e Sangay, áreas montanhosas que se aprofundam na região da Amazônia equatoriana e compreendem 7.375,6 km² de florestas úmidas. Os cientistas assinam um estudo publicado na última segunda (17/10) no periódico científico PeerJ Life & Environment.

As espécies recém-descobertas foram denominadas Pristimantis tamia, Pristimantis anaiae, Pristimantis glendae, Pristimantis kunam, Pristimantis resistencia e Pristimantis venegasi, sendo a primeira pertencente ao subgênero Huicundomantis; enquanto as demais são espécies novas alojadas em um segundo grupo. A P. tamia não possui fendas vocais e membrana timpânica e sua íris é azul-esverdeada clara, revela o comunicado do ministério.

As espécies P. anaiae, P. glendae, P. kunam, P. Resistencia e P. venegasi são reconhecidas pela ausência de fendas vocais e membrana timpânica e por apresentarem grandes áreas escuras redondas com bordas finas e claras na região sacral.

No Equador, as florestas montanhosas que fazem parte da Amazônia possuem grande variedade de rãs, e nesse local foram descobertas várias espécies do gênero Pristimantis nos últimos anos.

O Pristimantis é o gênero de vertebrados terrestres com mais espécies, sendo mais de 569 distribuídas desde o leste de Honduras e Panamá, seguindo pelos Andes até a Bolívia, norte da Argentina e Brasil, revela o site equatoriano El Diario.

Por se desenvolver diretamente por meio de ovos colocados na terra, e não em forma de girinos, esse gênero de rã não depende de corpos d'água para a reprodução. Isso explicaria a grande diversidade delas.

Nos últimos cinco anos, a inclusão de informações genéticas permitiu a descrição de 50 espécies (47 endêmicas) de Pristimantis apenas no Equador, informa o jornal.

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