Cultura

Saudável? Nova moda no TikTok é comer mel congelado

Parece algo inofensivo por se tratar de um produto natural, mas especialistas não recomendam essa tendência da plataforma chinesa

Por João Paulo Martins  em 05 de agosto de 2021

Alguns tiktokers já tiveram até reações adversas após consumir o mel congelado (Fotos: TikTok/eloisefouladgar/Reprodução)

Depois da onda do ovo pesto no TikTok, agora é a vez do mel congelado. A nova mania é colocar o produto numa garrafinha plástica e depois de “congelar”, comer espremendo a vasilha. O mel sai com uma consistência grossa e pode ser lambido como um picolé ou mordido como um doce viscoso.

Como mostra o site da revista americana VICE, a hashtag (palavra-chave) #FrozenHoney se tornou viral na plataforma chinesa de vídeos, acumulando mais de 600 milhões de visualizações.

Apesar de parecer que não há nada errado em comer mel desse jeito, já que supostamente é um produto benéfico para a saúde, especialistas alertam para a tendência que está fazendo sucesso no TikTok.

“Parece que não há problema para adultos, mas uma carga grande pode ser potencialmente problemática”, comenta Lisa Young, professora de nutrição da Universidade de Nova Iorque, nos EUA, citada pela revista.

Abaixo, a tiktoker Eloise Fouladgar mostra seu teste com a nova tendência:

O consumo de grandes quantidades de mel congelado pode causar problemas digestivos, cáries dentárias e outros problemas de saúde.

“O mel é um adoçante natural e traz muitos benefícios à saúde. Mas se mantido a uma temperatura de aproximadamente -4º C pode criar problemas como inchaço e diarreia quando consumido”, alerta Neeha Nagpal, coaching e especialista em bem-estar, também citada pela VICE.

Segundo a revista, o consumo excessivo do adoçante natural já estaria afetando muitos tiktokers, que relataram a sensação de enjoo após comer mel congelado e alguns até tiveram que fazer lavagem estomacal.

“O mel não processado contém esporos e a bactéria Clostridium botulinum que podem causar distúrbios neurológicos e doenças gastrointestinais. Não é recomendado para pacientes diabéticos e intolerantes à frutose”, orienta a nutricionista indiana Pooja Thacker, citada pela VICE.

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