Cultura

Pessoas estão falando mais palavrões e mais pesados, segundo pesquisa

Levantamento feito no Reino Unido revela que palavras de baixo calão se tornaram mais comuns no cotidiano de grande parte dos britânicos

Por João Paulo Martins  em 10 de junho de 2021

(Foto: iStock)

Segundo um levantamento feito pela British Board of Film Classification (BBFC ou Comissão Britânica de Classificação Cinematográfica), equivalente à Coordenação de Política de Classificação Indicativa do Brasil, e divulgado nesta quinta (10/6), as pessoas estão falando mais palavrões e bem piores.

A pesquisa do órgão que avalia a faixa etária dos filmes revela que cerca de um terço dos moradores no Reino Unido estão mais propensos a usar palavrões considerados pesados em relação aos últimos cinco anos.

A BBFC entrevistou 1.000 adultos britânicos e compilou os resultados usando entrevistas em profundidade e grupos de foco.

Ela descobriu que dos 1.000 avaliados, cerca de 600 (60%) falam palavrões fortes, como fuck (fod*-se) e motherfucker (filho da p*ta) como parte da vida cotidiana.

O levantamento também encontrou uma diferença significativa no uso de palavrões entre as faixas etárias. Pessoas de 18 a 34 anos são mais propensas a xingar e estão mais insensíveis em relação ao impacto dos insultos.

Claro que a BBFC descobriu que os idosos consideram tabu alguns palavrões. Entre as pessoas com mais de 65 anos, 75% disseram que não usariam palavrões mais pesados em público.

Manutenção da faixa etária dos filmes

A pesquisa da Comissão Britânica de Classificação Cinematográfica constatou que, apesar da tendência de usar mais palavrões no cotidiano, os pais queriam que seus filhos ficassem protegidos e que as restrições de idade em filmes, DVDs e blu-rays não fosse reduzida.

De acordo com o documento recém-divulgado, alguns pais se mostraram preocupados com a possibilidade de os palavrões se tornarem “normais” na mídia. Para outros, o contexto é importante e o uso de forma agressiva mais preocupante, especialmente se estiver relacionado à violência sexual.

Para que a BBFC avalie um filme como destinado a maiores de 15 anos, deve haver pouco uso de palavrões fortes. Se for acompanhado de violência, a classificação pode aumentar para 18. Um filme para crianças de 12 anos, por exemplo, não pode usar linguagem forte.

“As crianças estão assistindo mais conteúdo e em várias telas. Seus pais querem protegê-las de linguagens fortes e pesadas sempre que puderem e pelo maior tempo possível. Os pais nos disseram que desejam que as indústrias de mídia compartilhem a responsabilidade, e é aí que entramos”, afirma David Austin, presidente-executivo da BBFC, no artigo compartilhado no site da instituição.

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