Mulheres fazem topless em protesto pela igualdade de gênero em parque de Quebec, no Canadá

Depois que uma jovem na cidade de Quebec, em Montreal, no Canadá, foi incomodada por vários policiais por estar sentada em um cobertor, com os seios à mostra (topless), fazendo macramê (tipo de crochê turco) e fumando cigarro em um dia ensolarado, uma manifestação organizada pelo movimento “#FreeTheTitties” (liberem as tetas) foi realizada no último domingo (19/6) em um parque da cidade canadense.

Segundo a emissora local CTV News, a organizadora do evento, Alice Lacroix, estava entre as manifestantes que faziam topless no parque Mont-Royal Park, ao meio-dia de domingo.

“Não se trata apenas de mudar a mente das pessoas e mudar a maneira como as pessoas veem os seios das mulheres, (mas) é um protesto totalmente ligado à igualdade de gênero”, revela Alice à emissora canadense.

Tudo começou após um post de Eloyse Paquet Poisson se tornar viral no Facebook. Na publicação, ela conta que foi abordada no final de maio pela polícia de Quebec, que teria sido chamada após um cidadão reclamar que ela estava fazendo topless.

Citada pela CTV News, Poisson conta que perguntou ao primeiro policial se ele pediu que os vários homens de topless no parque também se cobrissem. O policial disse que não, e saiu por uns instantes, voltando com outros colegas.

“Mais cinco policiais chegaram como reforço. Os cinco vieram para cima de mim. Meu coração estava batendo rápido, mas mantive meus seios erguidos e meus olhos concentrados. Eu estava com medo, mas me senti forte”, revela a canadense, citada pela emissora.

O Código Penal do Canadá não possui artigos relacionados apo fato de uma mulher ficar de topless em um parque e o estatuto da cidade de Quebec também não traz esse tema.

Embora Eloyse Poisson não tenha sido multada ou presa, Alice Lacroix se sentiu perturbada com o evento de assédio moral, informa a CTV News.

“O que aconteceu com Eloyse foi muito problemático em termos de atuação da polícia. Não podemos ter cinco policiais em torno de uma mulher que está fazendo algo que é completamente legal, mas o que também precisamos lembrar é que alguém chamou a polícia. Ela não apenas foi vista, mas denunciada”, comenta a organizadora do protesto à emissora.