Cultura

Google homenageia a romanceira Dona Militana no Doodle

De seu humilde casebre no Rio Grande do Norte, a cantadora de histórias ganhou fama em todo o Brasil

Por João Paulo Martins  em 19 de março de 2021

Dona Militana gravou um disco triplo em 2002, chamado Cantares, com 54 romances (Foto: HL Filmes/Reprodução)

Nesta sexta (19/3), o Doodle (logomarca comemorativa) do buscador Google está celebrando os 96 anos de nascimento de Militana Salustino do Nascimento, mais conhecida como Dona Militana, cantadora de histórias de São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, considerada uma das principais romanceiras do Brasil.

Nascida em 1925, Dona Militana ganhou fama no país na década de 1990, graças ao trabalho do folclorista Deífilo Gurgel. Ele queria conversar com Atanásio, pai da romanceira, mas ele já havia falecido.

"Eu pesquisei durante 10 anos o romanceiro, que é a especialidade dela. E Dona Militana, no meio desse pessoal todo que eu pesquisei, se destacou. Ela sabia toda qualidade de romance ibérico e brasileiro. Quando eu entrevistava alguém, que cantava 10 ou 12 histórias, ficava felicíssimo da vida. Dona Militana me cantou 33 romances", comenta Gurgel, citado pelo jornal espanhol El País.

Nesta sexta (19/3), o Doodle do Google celebra Dona MIlitana (Foto: Google.com.br/Reprodução)

Com a fama que ganhou no Brasil, Dona Militana gravou um disco triplo chamado Cantares (2002), com histórias de reis, rainhas, guerreiros e amantes medievais. O compêndio traz 54 romances, alguns deles criados pela própria romanceira, segundo sua filha Benedita Nogueira revela ao periódico.

Apesar de toda essa riqueza cultura, Dona Militana continuava vivendo em sua humilde residência em São Gonçalo do Amarante (RN). Somente em 2009, um ano antes do falecimento da célebre romanceira, a Câmara municipal do município potiguar lhe concedeu uma pensão vitalícia.

Vale dizer que em 2005, ela recebeu a Ordem do Mérito Cultural, comenda máxima da cultura popular brasileira criada em 1995, entregue em Brasília (DF) pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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