Cultura

Escultura hiper-realista revela como seria o corpo de Jesus Cristo a partir do Santo Sudário

O corpo em tamanho real do homem, feito de silicone e látex, traz as marcas dos flagelos, da crucificação e até da coroa de espinhos

Por João Paulo Martins  em 15 de outubro de 2022

A escultura hiper-realista representa o homem que teria deixado as marcas de sangue do Santo Sudário (Foto: The Mystery Man/Diócesis de Salamanca/Divulgação)

 

Ainda considerado um mistério, o Santo Sudário, tecido de linho que supostamente teria sido usado para cobrir o corpo de Jesus Cristo e que, assim, teria ficado manchado com o sangue dele (deixando a impressão da silhueta), foi entregue à Igreja Católica no século XIV. Agora, a suposta imagem em uma dimensão do filho de Deus volta a ser notícia com a criação de uma escultura hiper-realista, em tamanho real, do homem que teria deixado a marca de sangue no tecido.

Na última quinta (13/10), a Catedral de Salamanca, na Espanha, passou a exibir a exposição The Mystery Man, que deve percorrer o mundo, incluindo São Paulo (SP), com o suposto corpo de Cristo, que traz todos os ferimentos dos flagelos que teriam sido reproduzidos no Santo Sudário ou Sudário de Turim – referência à cidade italiana onde se encontra a relíquia católica.

 

Os pelos e cabelos da escultura são humanos e inseridos de forma cuidadosa (Foto: The Mystery Man/Diócesis de Salamanca/Divulgação)

 

Segundo a Agência de Notícias Católicas (Catholic News Agency), a escultura hiper-realista é produzida em látex e silicone e pesa cerca de 75 kg. A postura do cadáver (rigor mortis) criada para a exposição seria a mesma presente no tecido cultuado pela Igreja. As pernas estão um pouco levantadas e dobradas, enquanto as mãos estão cruzadas na altura do púbis. Todos os elementos estão presentes no corpo do homem nu retirado do Sudário, incluindo o pênis circuncisado.

O cabelo e os pelos usados na escultura são humanos e estão devidamente inseridos por todo o corpo, dos pés à cabeça. De acordo com a agência de notícias, quando alguém se aproxima da figura (com as mãos nas costas, seguindo as regras da exposição) pode observar até os poros da pele, as sardas e os detalhes dos cílios e sobrancelhas.

Na cabeça é possível ver as lacerações aparentes, que teriam sido causadas pela coroa de espinhos. Há uma espécie de trança nos cabelos na parte de trás da cabeça. Também é possível identificar hematomas nos ombros, que seriam decorrentes do peso da cruz usada na crucificação pelos romanos.

 

A escultura apresenta todas as marcas de flagelo associadas a Jesus Cristo (Foto: The Mystery Man/Diócesis de Salamanca/Divulgação)

 

Vestígios das lacerações dos flagelos estão ainda nas unhas das mãos e dos pés, bem como entre a quinta e a sexta costelas do lado direito. O nariz está quebrado e o olho direito machucado, revela a Agência de Notícias Católicas.

O bispo de Salamanca, dom José Luis Retana Gozalo, afirma que essa representação hiper-realista não gera um “conflito teológico', porque ”o mistério se fez carne". Citado pela agência, ele conta que a escultura é uma espécie de ajuda para entender o mistério do Santo Sudário.

Além do “corpo de Cristo”, a exposição The Mystery Man contextualiza o visitante sobre os fatos ligados à flagelação e à crucificação, além das pesquisas que foram realizadas no Sudário de Turim.

Para se chegar a essa representação incrível de como seria Jesus Cristo, o curador da exposição, Álvaro Blanco, pesquisou por mais de 15 anos, levando em conta dados históricos e científicos, informa a agência de notícias.

 

(Foto: The Mystery Man/Diócesis de Salamanca/Divulgação)

 

Blanco diz que durante quando a escultura foi apresentada na sacristia da Catedral de Salamanca, na preparação para a exposição, ao ver o corpo finalizado, teria se convencido de que “estava diante de Jesus, estava diante da imagem do corpo de Jesus de Nazaré”. Isso porque a obra foi criada por um grupo de artistas sob direção do curador.

The Mystery Man está programada para permanecer em Salamanca por quatro a seis meses.

A ideia dos organizadores, de acordo com a Agência de Notícias Católicas, é que nos próximos 20 anos a escultura seja levada a igrejas ao redor do mundo.

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