Cultura

Descubra detalhes ocultos em 6 obras de arte famosas

Leonardo da Vinci deixou suas inicias na pintura Mona Lisa? Van Gogh representou a Santa Ceia num de seus quadros?

Por João Paulo Martins  em 29 de agosto de 2021

A obra A Santa Ceia, de Leonardo da Vinci, é cheia de segredos escondidos (Foto: Wikimedia/Creative Commons)

Não é novidade que muitas pinturas famosas escondem “segredos” deliberadamente escondidos por seus criadores. A obra A Santa Ceia (1498), do mestre italiano Leonardo da Vinci, é um dos maiores exemplos.

Muitas pessoas acreditam que o apóstolo João, retratado por Da Vinci como um homem sem barba do lado direito de Jesus Cristo, seria, na verdade, Maria Madalena, supostamente a discípula mais amada.

Além disso, o apóstolo Thomas está com o dedo indicador apontando para cima. Isso seria a representação de sua incredulidade em relação à ressurreição de Cristo, já que na Bíblia, o discípulo usa esse dedo para tocar uma ferida de Jesus e comprovar o milagre.

Aproveitando o tema, o site americano HowStuffWorks?, especializado em assuntos curiosos, revelou alguns segredos de seis obras de artes mundialmente reconhecidas.

 

Natureza-Morta com Queijos, Amêndoas e Pretzels (1615), de Clara Peeters

No detalhe, a suposta “selfie” da pintora Clara Peeters (Foto: Wikimedia/Creative Commons)

A natureza-morta retratada pela artista belga Clara Peeters, que seguia a escola barroca flamenga, traz algo curioso que passa despercebido por muitos olhares.

“Pintado no início de 1600, é uma representação incrivelmente realista de um delicioso lanche na hora do almoço. Mas se você olhar bem de perto, verá que Peeters se incluiu na pintura: ela é a pequena figura cuja cabeça vemos refletida na tampa de estanho do jarro no centro da pintura”, revela o escritor e crítico de arte canadense Ross King, citado pelo site.

É algo bem singelo, mas que mostra a capacidade da pintora de miniaturizar a realidade, segundo o especialista.

 

Afrescos de Michelangelo na Capela Sistina (1508-1512)

Numa das cenas pintadas por Michelangelo no teto da Capela Sistina, é possível ver um querubim fazendo o gesto do “dedo do meio” (detalhe) (Foto: Wikimedia/Creative Commons)

Situada no Palácio Apostólico, na cidade do Vaticano, os afrescos do teto da Capela Sistina são uma das principais obras do pintor renascentista italiano Michelangelo (1475-1564). Eles retratam vários profetas e profetisas do Antigo Testamento, todos sentados em tronos e acompanhados por supostos querubins.

“Um dos dois querubins olhando por cima do ombro musculoso da profetisa de Cumas faz um gesto obsceno com a mão, enfiando o polegar entre o indicador e o dedo médio. Esse gesto [fazer figa] remonta aos antigos romanos. É o equivalente a mostrar o dedo a alguém”, explica Ross King ao HowStuffWorks?

Claro que os visitantes não conseguem percebem o gesto nos dedos tão pequenos da pintura. Mas Michelangelo pode ter achado engraçado inserir esse ato sua obra-prima, de acordo com o escritor canadense.

Os afrescos da Capela Sistina também “escondem” outras curiosidades, como na célebre cena de Deus criando Adão. O pintor renascentista manteve vários órgãos sexuais nos querubins e os seios da mulher sob o braço esquerdo de Deus. “Michelangelo destruiu a maioria de suas representações anatômicas, mas inteligentemente as ocultou dos olhos do Papa Júlio II [1443-1513] e de incontáveis adoradores, historiadores e amantes da arte por séculos”, comenta Ross.

 

Primavera (+/- 1482), de Sandro Botticelli

A obra de Botticelli pode representar 500 flores de 200 espécies nativas de Florença, na Itália (Foto: Wikimedia/Creative Commons)

Talvez seja necessário ter um conhecimento sério em botânica para entender totalmente os detalhes da obra do também renascentista Sandro Botticelli (1445-1510).

Segundo o HowStuffWorks?, essa é considerada a primeira grande tela criada em Florença, na Itália, na época do Renascimento.

Ainda conforme o site americano, a pintura contém pelo menos 500 plantas que podem ser classificadas como mais de 200 espécies diferentes. Especialistas acreditam que todas sejam da região de Florença durante a primavera do século XV.

 

Mona Lisa (1503), de Leonardo da Vinci

Esses riscos (detalhe) no olho direito da Mona Lisa seriam as iniciais LV de Leonardo da Vinci (Foto: Wikimedia/Creative Commons)

A pintura La Gioconda, mais conhecida como Mona Lisa, é a obra mais conhecida de Leonardo da Vinci e possui vários segredos.

Um deles, na opinião do pesquisador italiano Silvano Vinceti, entrevistado pelo jornal britânico The Telegraph, em 2010, diz respeito a algo supostamente escondido num dos olhos.

Como presidente do Comitê Nacional do Patrimônio Cultural da Itália, na época, Vinceti e sua equipe estudaram imagens de alta resolução da célebre pintura e relataram ela está cheia de mensagens enigmáticas, incluindo minúsculas letras e números nos olhos, que passam despercebidos.

No olho direito da Mona Lisa seria possível ver na ampliação as letras LV, que a equipe italiana presume ser a maneira que Vinci encontrou de “registrar” a obra.

 

Café Terrace à Noite (1888), de Vincent van Gogh

A figura de branco (detalhe) na pintura de Van Gogh seria Jesus Cristo, cercado pelos 12 apóstolos como na representação da Santa Ceia (Foto: Wikimedia/Creative Commons)

Como mostra o HowStuffWorks?, alguns críticos de arte acreditam que o pintor impressionista holandês Vincent van Gogh (1853-1890) tentou representar a Santa Ceia em sua pintura Café Terrace à Noite, embora as referências sejam sutis.

De acordo com Jared Baxter, especialista em Van Gogh entrevistado pelo site HuffPost em 2015, os observadores mais atentos podem ver uma pessoa de cabelos longos no centro do café, cercada por 12 indivíduos.

Não está convencido? O especialista acredita que uma dessas 12 figuras parecer se esconder nas sombras, remetendo ao famigerado apóstolo Judas Iscariotes.

Além disso, existem pequenos crucifixos espalhados pela cena, incluindo um pairando acima da suposta figura de Jesus Cristo.

 

O Retrato de Arnolfini (1434), de Jan van Eyck

No espelho da pintura de Van Eyck dá para ver o reflexo de outras duas pessoas (detalhe) no cômodo (Foto: Wikimedia/Creative Commons) 

Embora o pintor renascentista belga Jan van Eyck tenha retratado o rico comerciante Giovanni di Nicolao Arnolfini e sua esposa Costanza Trenta, eles não são as únicas pessoas presentes na célebre pintura.

Se você olhar atentamente dentro do espelho no centro da sala, há mais duas pessoas nele.

Muitos acreditam que uma seria o próprio Van Eyck. Outra curiosidade, de acordo com o HowStuffWorks? É que a inscrição em latim na parede acima do espelho pode ser traduzida como “Jan van Eyck estava aqui, 1434”.

A obra também gera outra dúvida, conforme o site americano: a esposa de Giovanni morreu em 1433, portanto, o pintor belga pode ter iniciado a pintura antes dessa data e, ao terminar, recebeu a notícia da morte dela.

Ou simplesmente seria uma espécie de retrato póstumo. Um indicativo disso, na opinião do HowStuffWorks?, seria a forma “frouxa” com que o marido segura a mão da esposa, supostamente indicando o afastamento deles, e a vela no lustre do lado do comerciante, que está alta e acesa, enquanto não há nenhuma perto de Costanza Trenta – porque sua chama já teria se apagado.

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