Cultura

Defensores dos animais criticam briga de galo em jogo da Ubisoft

A ONG internacional PETA pede que a desenvolvedora francesa de jogos retire a rinha de galos do recém-lançado Far Cry 6

Por João Paulo Martins  em 11 de outubro de 2021

A rinha de galo é uma das atividades disponíveis no jogo Far Cry 6, do estúdio Ubisoft (Foto: YouTube/RajmanGaming HD/Reprodução)

 

Lançado dia 6 de outubro, o jogo de ação em mundo aberto Far Cry 6, da desenvolvedora francesa Ubisoft, apesar do suceso que faz com os fãs de games, está causando indignação da organização de direitos dos animais PETA (People for the Ethical Treatment of Animals ou Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais) por trazer briga de galos.

A ilha fictícia Yara, da atual edição do jogo Far Cry, é fortemente inspirada em Cuba, onde rinhas de galos são legalmente permitidas, informa o site britânico Tom’s Guide. O esporte sangrento envolve colocar duas ou mais aves para lutar umas contra as outras num espaço fechado (espécie de ringue), geralmente até a morte.

As novas leis de bem-estar animal de Cuba, introduzidas em abril, mantiveram intacta a legalidade do polêmico esporte, mas apostar no resultado de uma partida é ilegal desde 1959, revela o site.

Para os defensores de animais, o problema é a Ubisoft ter decidido incorporar a briga de galos no game como uma atividade secundária, tal qual a pesca. Nesse minijogo, os jogadores podem apostar e ganhar dinheiro. Existe até possibilidade de desbloquear novas aves, que disputam igual aos clássicos jogos de luta como Street Fighter e Tekken.

 

 

Em comunicado divulgado na última quinta (7/10), a PETA condena a banalização do sangrento e cruel “esporte” do mundo real. “Transformar um esporte sangrento horrível como a rinha de galos numa partida de videogame no estilo Mortal Kombat está bem longe [ironia com a expressão ‘far cry’] de ser uma inovação real, já que a sociedade de hoje se opõe fortemente a forçar os animais a lutarem até a morte”, diz Alicia Aguayo, gerente sênior da PETA para a América Latina, citada pelo Tom’s Guide.

A ativista lembra que os galos usados nas lutas são equipados com esporas afiadas que rasgam carne e osso, causando ferimentos doloridos e fatais. “A PETA Latino exorta a Ubisoft a substituir esse minijogo repreensível por um que não glorifique a crueldade”, pede a gerente da ONG, citada pelo site britânico.

Claro que os jogadores de Far Cry 6 não são obrigados a participar da rinha de galos para conseguir avançar na história do jogo. Existem inúmeras missões principais e secundárias que não envolvem a crueldade animal.

No entanto, segundo o site, o jogo incentiva os jogadores a experimentar brigas de galos já que concede uma “conquista” para quem joga na plataforma Xbox, da Microsoft, ou troféu, para quem tem a versão de PlayStation, da Sony.

A Ubisoft ainda não emitiu nenhuma declaração sobre a inclusão da briga de galos na sexta edição da franquia Far Cry.

 

(Foto: YouTube/RajmanGaming HD/Reprodução)
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