Ciência

VÍDEO: astrônomos testemunham estrela supergigante vermelha explodindo numa supernova

Os especialistas nunca haviam flagrado uma estrela desse tipo explodindo em vez de apenas apagar

Por João Paulo Martins  em 07 de janeiro de 2022

Em 2020, astrônomos flagraram a estrela supergigante vermelha explodir numa supernova (Foto: W.M. Keck Observatory/Adam Makarenko/Divulgação)

 

Por anos, os cientistas pensaram que as maiores estrelas do Universo, as supergigantes vermelhas, morriam de forma minguante e silenciosa. Mas em 2020, astrônomos americanos testemunharam exatamente o oposto. Uma estrela vermelha gigante, 10 vezes mais massiva que o nosso Sol, se autodestruiu violentamente.

“Esse é um avanço em nossa compreensão do que as estrelas massivas fazem momentos antes de morrer. Pela primeira vez, vimos uma estrela supergigante vermelha explodir”, comenta o pesquisador Wynn Jacobson-Galán, da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), um dos autores do estudo sobre a estrela, publicado na última quinta (6/1) no periódico científico The Astrophysical Journal, citado pelo site americano CNET.

Segundo o estudo, a estrela SN2020tlf, localizado a cerca de 120 milhões de anos-luz da Terra na galáxia NGC 5731, deu seu último “suspiro” durante 130 dias, até explodir.

“É como assistir a uma bomba-relógio”, afirma a pesquisadora Raffaella Margutti, da Universidade de Northwestern (EUA), principal autora do artigo, também citada pelo site americano.

  

 

A iluminação muito forte da estrela indicava que ela não estava dormente ou minguando, como costuma ocorrer com as supergigantes vermelhas já observadas antes da morte. A SN2020tlf era muito ativa à medida que se deteriorava, provavelmente liberando gás reprimido com grande vigor e alterando sua estrutura interna de alguma forma, de acordo com os pesquisadores.

Então, “de repente”, a estrela explodiu numa supernova que encheu o céu de luz. “Nunca confirmamos tal atividade violenta numa estrela supergigante vermelha moribunda. A vimos produzir uma gigantesca luminosidade, entrar em colapso e em combustão”, comenta Margutti, segundo o CNET.

Os pesquisadores fizeram a descoberta reveladora coletando dados do observatório W. M. Keck, no Havaí (EUA).

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