Ciência

Sistema imunológico usa gordura para combater infecções, diz estudo

Descoberta pode ajudar a criar tratamentos mais eficazes contra bactérias resistentes a antibióticos

Por João Paulo Martins  em 08 de dezembro de 2021

(Foto: Freepik)

 

Uma pesquisa publicada nesta quarta (8/12) na revista científica Nature Communications descreve como as células do sistema imunológico usam os depósitos de gordura do corpo para combater infecções.

Segundo os cientistas, citados pelo site americano de notícias médicas Medical Xpress, as descobertas podem ajudar no desenvolvimento de novas terapias para o tratar pessoas com infecções bacterianas resistentes a antibióticos.

No estudo recém-publicado, os cientistas estudaram a bactéria Salmonella, cuja infecção é associada a diarreia, vômito, dor abdominal, febre e até sepse. Eles analisaram a resposta imunológica à infecção bacteriana por meio dos danos causados ao fígado.

De acordo com o site especializado, os pesquisadores descobriram que as células-tronco do sangue respondem à infecção retirando ácidos graxos dos depósitos de gordura do organismo.

Na medula óssea, onde são produzidas as células-tronco do sangue, os sinais da infecção levam os adipócitos (células especializadas que armazenam gordura) a liberar ácidos graxos na corrente sanguínea.

Os cientistas verificaram então que esses ácidos graxos são absorvidos pelas células-tronco do sangue, alimentando-as de maneira eficaz e permitindo a produção de milhões de glóbulos brancos que passam a lutar contra a Salmonella, revela o Medical Xpress.

“Nossos resultados fornecem informações sobre como o sangue e o sistema imunológico são capazes de responder à infecção. Combater a infecção consome muita energia e os estoques de gordura são enormes depósitos de energia que fornecem o combustível para as células-tronco do sangue aumentarem a resposta imunológica”, comenta o pesquisador Stuart Rushworth, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, um dos autores do estudo, citado pelo site americano.

Ele afirma ainda que entender o mecanismo por trás desse aumento do combustível necessário no combate às infecções deve ajudar a melhorar o tratamento de pessoas vulneráveis e idosas, fortalecendo a resposta imunológica.

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