Ciência
Planta comum na Europa e na África pode ser a solução contra a covid-19
Em teste com células, cientistas descobriram que o composto tapsigargina, presente na Thapsia garganica, consegue inibir todas as variantes do novo coronavírus
Um composto encontrado na planta Thapsia garganica, espécie comum no norte da África e da Europa, considerada muito tóxica, possui efeito antiviral contra todas as variantes da covid-19, segundo estudo feito em culturas de células e publicado no dia 18 de novembro na revista científica Virulence.
De acordo com o site americano de notícias científicas IFL Science, o componente é conhecido como tapsigargina e desencadeia uma resposta imunológica nas células hospedeiras que impede a replicação dos vírus, podendo ser eficaz contra as cepas do novo coronavírus, incluindo a variante Delta, altamente infecciosa.
Já se sabia que a Thapsia garganica possuía uma substância com efeito antiviral, especialmente contra a gripe, informa o site. No entanto, os cientistas quiseram testar se o composto poderia inativar as variantes da covid-19.
Para tanto, o estudo mediu a capacidade de virulência das cepas Alpha, Beta e Delta. Os pesquisadores infectaram culturas de células humanas com cada variante e mediram a carga de RNA viral nessas amostras após 24 horas.
Como mostra o IFL Science, os resultados iniciais indicam que a variante Delta é, de longe, a que mais se multiplica, com taxa de infecção quatro vezes maior que a Alfa e nove vezes maior que a Beta. Os cientistas também descobriram que a cepa Delta aumenta significativamente a capacidade de virulência das outras variantes quando coinfectam as células.
A boa notícia é que a tapsigargina inibiu a replicação de cada cepa individualmente, bem como todas as combinações de coinfecção, revela o site especializado. Quando aplicado a células que foram pré-tratadas, a capacidade de todas as variantes de se replicar e espalhar foi reduzida em pelo menos 95%.
“Na coinfecção Alfa-Delta, o grupo de infecção mais prolífico, o RNA viral combinado das células tratadas com tapsigargina caiu 99,6% em comparação com as que foram tratadas com placebo. Mostramos ainda que a tapsigargina foi eficaz na inibição da replicação das três variantes durante o andamento da infecção”, afirmam os pesquisadores no estudo, citados pelo site americano.
Por mais promissoras que essas descobertas possam ser, no entanto, é importante lembrar que os cientistas ainda não estão desenvolvendo um tratamento real com o composto da Thapsia garganica. Ele é muito tóxico para os humanos.