Ciência

Planeta com três sóis nunca existiu, afirmam cientistas em retratação

A incrível descoberta de 2016, do planeta que parecia tirado da ficção científica, realmente se mostrou nada verídico

Por Da Redação  em 15 de abril de 2022

O planeta HD 131399Ab, que misteriosamente orbitava três sóis, acabou sendo algo apenas da imaginação do ilustrador (Foto: European Southern Observatory/L. Calçada/Divulgação)

 

Um erro de perspectiva pode ter levado à suposta descoberta, em 2016, do planeta HD 131399Ab, que teria o tamanho de Júpiter e orbitaria nada menos que três sóis.

Observações recentes revelaram que o que parecia ser um planeta era, na verdade, um objeto mais afastado, provavelmente uma estrela a anos-luz de distância. Em retratação publicada na última quinta (14/4) na revista científica Science, cientistas revelaram o erro da “descoberta” de HD 131399Ab.

“Foi um choque. Uma série de parâmetros improváveis fez com que o objeto no espaço profundo ficasse alinhado de forma a torná-lo extremamente parecido com um planeta. Em última análise, mais tempo e observações mostraram que não está associado ao sistema estelar”, comenta o pesquisador Kevin Wagner, da Universidade do Arizona, nos EUA, principal autor do estudo, citado pelo site americano Cnet.

O problema é que, na época, a suposta descoberta fez com que o exoplaneta se tornasse manchete em sites e noticiários do mundo inteiro por ser o mais incomum já observado, por orbitar três sóis.

 

 

Ele fez com que fãs da saga estelar Guerra nas Estrelas, do diretor George Lucas, lembrassem do fictício planeta natal do personagem Luke Skywalker, Tatooine, que tinha dois sóis.

Como mostra o Cnet, observações mais recentes sugeriram que Kevin Wagner e seus colegas estavam realmente vendo algo bem mais distante. Somente após análise por um período de tempo mais longo é que ajudou na confirmação de que o planeta nunca esteve realmente lá.

“O espaço profundo não é estacionário e, às vezes, uma estrela em movimento muito rápido pode se alinhar de tal forma que passa em nossos testes usuais de movimento comum. Essa possibilidade já começa a ser contabilizada em estudos mais recentes, o que é um resultado positivo, na minha opinião”, diz o pesquisador americano ao site.

Então, por enquanto, a ideia de um mundo que fica a 300 anos-luz da Terra e que mistura nasceres e pores-do-sol com diferentes estações do ano pode nunca ser confirmada ou permanecer na esfera da ficção científica.

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