Ciência

Para explicar a origem do Oumuamua, seria preciso enviar uma missão espacial até ele

Isso segundo o cientista Avi Loeb, da Universidade de Harvard (EUA), que cogita a origem extraterrestre desse objeto interestelar

Por João Paulo Martins  em 21 de janeiro de 2022

Representação artística do misterioso objeto interestelar Oumuamua (Foto: European Southern Observatory/M. Kornmesser/Divulgação)

 

Cientistas propõem uma missão espacial para investigar o misterioso objeto interestelar Oumuamua, que fascina os astrônomos há anos e já foi até associado a extraterrestres.

Oumuamua, que significa mensageiro que vem de longe em havaiano, foi detectado pela primeira vez em 2017 pelo astrônomo Robert Weryk, da Universidade do Havaí (EUA), quando o objeto espacial passou pelo nosso Sistema Solar a quase 320.000 km/h.

Mais tarde, os cientistas confirmaram que Oumuamua era o primeiro objeto vindo de outra estrela a visitar nosso Sistema Solar. Quase inevitavelmente, surgiram algumas teorias sobre suas origens, que estariam ligadas a alguma civilização alienígena avançada.

Apesar de parecer uma teoria da conspiração bizarra, a suposta origem extraterrestre do objeto espacial foi apoiada pelos renomados cientistas Abraham (Avi) Loeb e Frank B. Baird Jr., da Universidade de Harvard (EUA).

Em 2018, Loeb foi coautor de um estudo publicado no periódico científico The Astrophysical Journal Letters, investigando as origens potenciais do Oumuamua e o classificando como possível “objeto artificial”.

Eles afirmaram na pesquisa que Oumuamua poderia ser uma espécie de “vela solar”, tecnologia que usa a luz do Sol ou de outras estrelas para navegar pelo espaço.

Isso, segundo só cientistas, poderia explicar a forma estranha do objeto, bem como o fato de ser tão reflexivo e parecer se mover pelo espaço sem deixar rastro, como é típico dos cometas.

 

Missão para Oumuamua

 

Em entrevista à revista americana Newsweek, Avi Loeb afirma que está propondo uma missão em direção ao objeto espacial em 2028, mas que existem vários problemas associados.

“Minha preocupação é que a incerteza que temos sobre a trajetória do Oumuamua, como resultado do empurrão não gravitacional que ele exibiu seguindo para longe do Sol, se traduz em uma grande dificuldade de acharmos sua posição atual”, comenta o pesquisador de Harvard à publicação.

Além disso, na distância atual que se encontra do Sol, o objeto apresenta uma luminosidade um milhão de vezes mais fraca do que tinha quando estava perto da Terra. “A espaçonave precisará ser equipada com um grande telescópio para encontrar Oumuamua”, diz Loeb.

Outra opção, de acordo com o cientista, é esperar até que os astrônomos encontrem outro objeto misterioso do tipo Oumuamua passando por nosso Sistema Solar e, então, enviem uma missão até ele. Esse é o objetivo do Projeto Galileo, liderado pelo pesquisador.

“O objetivo é tirar uma foto bem próxima e que revele se é uma rocha incomum ou um equipamento extraterrestre, porque uma imagem vale mais que mil palavras”, comenta Avi Loeb à Newsweek.

Qualquer missão desse tipo será muito cara, potencialmente custando um bilhão de dólares (R$ 5,45 bilhões), conforme o cientista.

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