Ciência

Os gatos não são indiferentes aos donos como se imagina

Estudo descobre vários tipos de relacionamentos criados entre os felinos domésticos e seus tutores

Por João Paulo Martins  em 08 de junho de 2021

(Foto: Freepik)

Muitos acreditam que os gatos são independentes e não se relacionam com os donos como os cachorros. Porém, um estudo recente examinou o comportamento dos felinos domésticos e descobriu que eles podem ser codependentes, grudados, casuais e indiferentes.

A pesquisa, publicada dia 29 de maio no periódico científico Animals, foi realizada pela Universidade de Lincoln, no Reino Unido, e envolveu cerca de 4.000 tutores que responderam uma série de perguntas sobre o comportamento próprio e do gato de estimação.

Apesar da popularidade desse pet, especialmente no Japão e nos Estados Unidos, pouco se sabe sobre seu vínculo e relacionamento com o dono. O estudo identifica e caracteriza os diferentes tipos de relação que os felinos domésticos podem estabelecer com os tutores usando o apego humano e as teorias de suporte social.

De acordo com os cientistas, o questionário respondido pelos voluntários foi desenvolvido para reunir informações sobre os diferentes elementos emocionais que poderiam sustentar o relacionamento. Isso incluía a percepção potencial do gato de que o tutor é uma base segura na casa; o nível de envolvimento do dono com o bichinho; a sensibilidade às necessidades do gato; e a consistência das interações do humano com o pet.

Resultados do estudo sobre os gatos

Após analisar as respostas, os pesquisadores britânicos descobriram cinco formas distintas de relacionamento entre tutores e gatos. Essas interações foram categorizadas como: relacionamento aberto; associação remota; relacionamento casual; codependência; e amizade.

“Os gatos formam relacionamentos emocionais próximos com os humanos, mas pouco se sabe sobre isso. Como acontece com qualquer relacionamento social complexo, o tipo de vínculo com o dono é um produto da dinâmica entre os dois indivíduos envolvidos, junto com certas características da personalidade de cada um”, explica o pesquisador Daniel Mills, um dos autores do estudo, em entrevista para o site da Universidade de Lincoln.

Segundo ele, embora muitos gatos pareçam ser indiferentes aos donos, isso não é tão comum. “A sociabilidade mais ampla do gato e as expectativas do tutor podem ser significativas. O nível de investimento emocional do dono e a sociabilidade do felino parecem ser particularmente importantes para discriminar que tipo de relacionamento eles têm juntos”, completa o cientista britânico.

No vínculo de “relacionamento aberto”, o estudo revela que o tutor está levemente envolvido emocionalmente enquanto o pet é mais “evasivo”. Na “associação remota” e na “relação casual”, o dono está relativamente distante emocionalmente, mas a aceitação do gato por outras pessoas variava.

Já as relações de “codependência” e “amizade” tinha donos emocionalmente dedicados, mas a aceitação do gato pelos outros variava, assim como a necessidade do gato de ficar perto de seu tutor.

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