Ciência

Neuralink, do Elon Musk, diz que poderá implantar chip no cérebro humano daqui a seis meses

A empresa de neurotecnologia prepara testes com voluntários humanos que receberão implantes do tamanho de uma moeda

Por João Paulo Martins  em 01 de dezembro de 2022

A Neuralink vem testando a interface cérebro-máquina em animais (Foto: YouTube/Neuralink/Reprodução)

 

A Neuralink, empresa de neurotecnologia do bilionário sul-africano Elon Musk, pretende começar implantar no cérebro de humanos, daqui a seis meses, chips de computador do tamanho de uma moeda. O anúncio foi feito pela empresa em evento em sua sede em Fremont, na Califórnia, na noite da última quarta (30/11).

A Neuralink vem trabalhando na tecnologia há anos. O implante consiste em um pequeno dispositivo unido a fios (eletrodos), que é colocado no cérebro com a ajuda de um robô, que retira cirurgicamente um pedaço do crânio da pessoa e implanta o chip. Segundo o site americano Bloomberg, as discussões da empresa com a Food and Drug Administration dos EUA, espécie de Vigilância Sanitária, evoluíram a tal ponto que a companhia de Elon Musk poderá realizar os primeiros testes em humanos nos próximos seis meses.

No evento de quarta, o dono da Tesla, SpaceX e Twitter revelou que a Neuralink está trabalhando também com implantes em outras partes do corpo. Segundo Musk, além da interface cérebro-máquina, estão sendo desenvolvidos implantes que podem ser colocados na medula espinhal e potencialmente restaurar o movimento de alguém que sofre de paralisia, e outro nos olhos, para melhorar ou restaurar a visão.

“Por mais milagroso que isso possa parecer, estamos confiantes de que é possível restaurar a funcionalidade do corpo inteiro de alguém que teve a medula espinhal afetada”, diz o sul-africano. Ele acrescenta que “mesmo aqueles que nunca tenham enxergado antes, estamos confiantes de que poderão ver”.

O objetivo da interface cérebro-máquina, inicialmente, é permitir que uma pessoa que sofre de alguma condição debilitante – como esclerose lateral amiotrófica ou efeitos colaterais de um derrame – se comunique por meio dos pensamentos. A empresa demonstrou essa possibilidade com um macaco que estaria “digitando telepaticamente” em uma tela à sua frente. O dispositivo da Neuralink traduz em dados computacionais os picos neuronais, explica o Bloomberg. A esperança de Elon Musk é que o dispositivo possa um dia se tornar popular e permitir a transferência de informações entre humanos e máquinas.

“Você já está acostumado a ser um ciborgue, mas se está interagindo com o telefone, você está limitado”, comenta o bilionário no evento.

Como já aconteceu em apresentações anteriores da Neuralink, algumas das coisas demonstradas por Musk e sua equipe foram realizadas em ambiente acadêmico. Mas os críticos da empresa acusam o sul-africano de exagerar nas pesquisas da Neuralink e prometer muito mais do que a tecnologia é capaz de entregar no futuro próximo, se é que poderá.

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