Ciência

Missão da Nasa deve chegar ao asteroide 16 Psyche em 2026 para analisar sua estrutura metálica

A estimativa é que esse enorme asteroide possua vários metais pesados e preciosos que valeriam cerca de R$ 51,4 quintilhões

Por João Paulo Martins  em 17 de junho de 2022

Interpretação artística do asteroide 16 Psyche (Foto: Nasa/Divulgação)

 

A Nasa está se preparando para explorar e analisar um asteroide que pode ter sido o antigo núcleo de um planeta primitivo. A espaçonave Psyche será lançada ainda este ano e, ao chegar em Marte em 2023, usará a gravidade do planeta como “estilingue” para seguir viagem até o asteroide 16 Psyche, onde deve chegar em 2026.

Como se sabe, essa enorme rocha espacial, descoberta em 1852 pelo astrônomo italiano Annibale de Gasparis, está repleto de metais preciosos e pode valer mais de US$ 10 quintilhões (R$ 51,4 quintilhões). Embora leituras mais recentes sugiram que isso pode ter sido superestimado. De qualquer forma, há apenas uma maneira de realmente descobrir: analisando diretamente o asteroide.

Como mostra o site americano Interesting Engineering, a equipe da missão Psyche criou um mapa geológico altamente detalhado das propriedades da superfície do asteroide para dar uma ideia melhor do que a missão pode descobrir. Os resultados foram publicados na edição de junho da revista científica Journal of Geophysical Research: Planets. O mapa foi feito por meio de uma combinação de observações feitas por antenas terrestres instalados no norte do Chile e por simulações computacionais de última geração.

O mapa mostra grandes regiões ricas em metal do 16 Psyche, bem como um grande recuo que parece ter uma textura de superfície diferente, que poderia ser uma cratera cheia de areia. Isso sugere que a rocha espacial tem propriedades surpreendentemente variadas, de acordo com o site americano. As regiões rochosas sugerem restos de um manto antigo, semelhante ao da Terra, enquanto crateras contendo material metálico dão peso à teoria de que o asteroide experimentou erupções de lava metálica quando seu antigo núcleo esfriou.

“A superfície de Psyche é muito heterogênea. É uma superfície evoluída, e esses mapas confirmam que os asteroides ricos em metal são mundos interessantes e enigmáticos. É outra razão para esperar ansiosamente pela missão Psyche indo para o asteroide”, comenta o pesquisador Saverio Cambioni, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), um dos autores do estudo, citado pelo Interesting Engineering.

Os pesquisadores usaram a potência combinada das 66 antenas do radiotelescópio Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array (Alma) no norte do Chile, para mapear 16 Psyche com uma resolução de aproximadamente 32 km por pixel. Para se ter uma ideia da dificuldade do mapeamento, o asteroide está localizado a mais de 502 milhões de km da Terra. A luz leva 27 minutos e 56 segundos para chegar até nós dessa rocha espacial, que fica no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter.

Os cientistas por trás do novo estudo usaram observações feitas pelo Alma em 19 de junho de 2019, para desenvolver uma simulação comparando as emissões térmicas com os materiais mais prováveis ​​de emitir as leituras observadas pelo radiotelescópio.

Quando chegar ao seu destino em 2026, a missão Psyche passará cerca de dois anos orbitando e fazendo leituras da superfície do asteroide. A espaçonave revelará se o 16 Psyche realmente contém uma incrível riqueza de metais pesados.

Carregar Mais