Ciência
Mineiro encontra no Canadá bebê de mamute-lanoso muito bem preservado
A incrível descoberta se deu em uma área de mineração no estado canadense de Yukon
Por volta de meio-dia (horário local) da última terça (21/6), um jovem mineiro que trabalhava em Eureka Creek, no estado de Yukon, no Canadá, ao sul de Dawson City, estava retirando lama com uma retroescavadeira quando atingiu algo. Ele parou a máquina e ligou para seu chefe que foi vê-lo imediatamente. Quando ele chegou, Brian McCaughan, da Treadstone Mining, interrompeu a operação no local ao ver o bebê mamute-lanoso (Mammuthus primigenius).
Segundo a emissora canadense CBC, em meia hora, o paleontólogo Grant Zazula, do governo do estado de Yukon, recebeu uma foto da descoberta. Para ele, o mineiro fez a “descoberta mais importante em paleontologia da América do Norte”.
No local da mineração foi descoberto um mamute lanudo bebê inteiro, muito bem preservado. É apenas o segundo encontrado no mundo e o primeiro na América do Norte, revela a emissora – o primeiro foi achado em 2007, na Sibéria, Rússia.
“Ela tem uma tromba, um rabo, orelhinhas pequeninas. Ela tem a ponta preênsil da tromba onde ela poderia usar para pegar grama. Ela é perfeita e linda”, comenta Zazula, que começou a estudar a idade do gelo em Yukon em 1999. “Isso é algo que sempre sonhei em ver cara a cara. Esta semana, esse sonho realmente se tornou realidade”, completa o cientista à CBC.
Para o povo da tribo Tr’ondëk Hwëch'in, em cujas terras o bebê mamute-lanoso foi encontrado, a descoberta é igualmente importante e emocionante. “Estamos todos muito animados, incluindo os mais velhos e muitos funcionários e membros”, afirma Debbie Nagano, diretora de patrimônio do governo de Tr'ondëk Hwëch'in, citada pela emissora canadense.
Dois geólogos, um da Yukon Geological Survey e outro da Universidade de Calgary, do Canadá, foram os responsáveis por dirigir até o riacho e recuperar o pequeno mamute, além de fazer uma descrição geológica completa do local.
O bebê recebeu o nome nativo de “Nun cho ga”, que significa “grande bebê animal” na língua Hän dos Tr'ondëk Hwëch'in. Ele tem cerca de 1,4 m de comprimento. De acordo com Grant Zazula, o mamute provavelmente tinha de 30 a 35 dias quando morreu. Com base na geologia do local, o falecimento deve ter ocorrido entre 35.000 e 40.000 anos atrás.
“Então ela morreu durante a última era glacial e foi encontrada no permafrost [solo congelado]”, explica o paleontólogo à CBC.