Ciência

Italianos já conheciam as Américas antes de Cristóvão Colombo

Segundo estudo, relatos sobre as terras além da Groenlândia circulavam em Gênova em 1340

Por João Paulo Martins  em 12 de outubro de 2021

Segundo estudo, conterrâneos do navegador genovês Cristóvão Colombo já sabiam da existência das Américas bem antes de 1492 (Foto: John Vanderlyn/Architect of the Capitol/Wikimedia/Creative Commons)

 

Nesta terça (12/10), além do Dia das Crianças e de Nossa Senhora Aparecida, é celebrado também o descobrimento das Américas pelo navegador italiano Cristóvão Colombo em 1492.

Porém, um estudo publicado em julho no periódico científico Terrae Incognitae afirma que o povo da cidade de Gênova, na Itália, já conhecia as Américas mais de 150 anos antes de seu filho mais famoso chegar ao Novo Mundo.

De acordo com o jornal americano New York Post, um frade genovês registrou o relato de marinheiros que chegaram a um continente além da Groenlândia, habitado por “gigantes” em 1340, muito antes de Colombo com sua esquadra formada pela nau Santa maria e pelas caravelas Pinta e Nina.

“Nesta terra existem edifícios com lajes de pedra tão grandes que ninguém poderia construir com eles, exceto gigantes. Também existem árvores verdes, animais e uma grande quantidade de pássaros”, escreve o frade Galvaneus Flamma na obra intitulada Cronica Universalis, citada pelo jornal.

“Essa descoberta surpreendente é o primeiro relato conhecido do continente americano a circular no Mediterrâneo. E se Colombo soubesse do que esses marinheiros sabiam, poderia ter ajudado a convencê-lo a fazer sua viagem”, comenta o pesquisador Paolo Chiesa, da Universidade de Milão, na Itália, autor do estudo, citado pelo New York Post.

O pesquisador acredita que essas histórias relatadas pelo frade possivelmente foram transmitidas por marinheiros vikings, que os historiadores acreditam terem visitado a América do Norte por volta do ano 1000.

“As lendas nórdicas descrevem as viagens, mas até agora não houve evidências de que os relatos dessa terra se espalharam para o Mediterrâneo”, afirma Chiesa, segundo o jornal americano.

O New York Post lembra que só existe uma cópia do Cronica Univesalis e foi vendida pela famosa casa de leilões Christie’s, de Londres, no Reino Unido, a um colecionador americano em 1996 por US$ 14.950 (cerca de R$ 82.673).

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