Ciência

Filme de terror? Som do buraco negro do aglomerado de Perseu deixa internautas arrepiados

A gravação foi compartilhada pela Nasa no último domingo (21/8) e é resultado da nuvem de gás que existe no entorno do supermassivo objeto espacial

Por João Paulo Martins  em 23 de agosto de 2022

Existe um buraco negro supermassivo no centro do aglomerado de Perseu (Foto: Nasa/Goddard Space Flight Center/Stephen Walker et al./Divulgação)

 

No último domingo (21/8), a Nasa divulgou um áudio que representa as ondas sonoras geradas pelo buraco negro supermassivo que é encontrado no centro do aglomerado de galáxias de Perseu, que fica a mais de 200 milhões de anos-luz de distância da Terra.

Claro que trata-se de um som editado de forma que possa ser ouvido pelos humanos. Para isso, a Nasa usou dados da radiação gerada pelo corpo celeste e os ampliou, informa o jornal britânico The Guardian. Segundo a agência espacial, a gravação mostra que a ideia de que não há som no espaço é um erro.

“O equívoco de que não há som no espaço se origina porque a maior parte do Universo é um vácuo, não fornecendo nenhuma maneira de as ondas sonoras viajarem. Um aglomerado de galáxias tem tanto gás que captamos um som de verdade. Ele foi amplificado e misturado com outros dados, para que possamos ouvir o buraco negro”, diz a Nasa em post do Twitter, citado pelo jornal britânico.

O áudio parece mais uma trilha sonora de filme de terror, como um “rosnado” cósmico ou um túnel de vento sinistro. Muitos internautas comentaram afirmando que é justamente o som que imaginavam para um buraco negro supermassivo.

Outros usuários da rede social associaram a gravação a filmes de horror, devido à natureza etérea do som. “De alguma forma, dá para dizer que um buraco negro soaria como fantasmas assustadores em vez de ondas suaves do oceano”, escreve o usuário Asher Honickman, no Twitter.

Outros recorreram à cultura pop para descrever o áudio, com referências ao clássico cult de ficção científica O Enigma do Horizonte (1997) e ao filme de terror Silent Hill (2006). Um internauta achou até que o som parecia com a música Echoes, da banda britânica Pink Floyd, revela o The Guardian.

Na verdade, como explica a Nasa, o áudio em si vem do observatório espacial de raios-x Chandra, que foi lançado em maio. Ele é descrito como resultado de ondas de pressão enviadas pelo buraco negro, correspondendo a 57 oitavas abaixo do “dó central”, o que significa que os cientistas tiveram que ampliar a frequência quatrilhões de vezes para torná-lo audível.

“Os astrônomos descobriram que as ondas de pressão enviadas pelo buraco negro causavam ondulações no gás quente do aglomerado [de Perseu] que poderiam ser traduzidas em nota – uma que os humanos não conseguem ouvir, cerca de 57 oitavas abaixo do dó central”, afirma a agência espacial dos EUA em comunicado citado pelo jornal britânico.

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