Ciência

Dia Mundial dos Pinguins: WWF alerta para risco de extinção do pinguim-imperador

O aquecimento global está afetando o gelo na Antártida e, com isso, a capacidade de reprodução dessa espécie tão conhecida de pinguim

Por Da Redação  em 25 de abril de 2022

(Foto: Freeimages)

 

Nesta segunda (25/4) é celebrado o Dia Mundial do Pinguim. Não há muito o que se comemorar, já que uma das espécies mais conhecidas dessa ave, o pinguim-imperador, pode ser extinta até o final deste século devido às mudanças climáticas, alertam os cientistas.

As populações que se reproduzem no gelo perto da costa da Antártida correm o risco de “declínio rápido e dramático” devido à perda de habitat. A ONG conservacionista internacional WWF (World Wild Fund) emitiu o alerta, pedindo que os pinguins-imperadores fossem listados como uma espécie especialmente protegida para evitar que sofram os impactos do aquecimento global causado pelas emissões de gases de efeito estufa, em especial, o CO².

A WWF afirma que 80% de todas as colônias conhecidas dessa espécie podem ser “quase extintas” até 2100 sob os níveis atuais de emissões de CO². Também previu que o número total de pinguins-imperadores poderia diminuir em pelo menos 81% nesse cenário.

“Os pinguins-imperadores são as espécies mais icônicas do gelo. Eles são exclusivamente adaptados ao ambiente antártico severo e extremo. No entanto, também são cada vez mais vulneráveis às mudanças climáticas, perda de habitat e distúrbios humanos. Somente os humanos podem garantir o futuro dessa espécie, pois seu destino depende da política climática global combinada com um plano de ação para proteger seu habitat e remover outros riscos”, afirma Rod Downie, conselheiro-chefe do WWF para regiões polares, em entrevista para o jornal britânico The Independent.

 

(Foto: Freeimages)

 

De acordo com a WWF, essa espécie é particularmente vulnerável às mudanças nas condições do gelo marinho, como afinamento e redução da área de cobertura, o que pode ter um grande impacto no sucesso da reprodução.

Os pinguins-imperadores precisam de gelo estável que esteja conectado à terra por cerca de nove meses do ano como uma plataforma para acasalar, incubar os ovos, criar os filhotes e substituir as penas durante a muda anual.

A perda rápida desse gelo ou o rompimento precoce da camada de gelo pode causar falhas maciças na reprodução por vários anos consecutivos. Além disso, o desmoronamento das calotas polares podem bloquear os caminhos para as áreas de alimentação, levando à morte de filhotes e adultos.

A WWF alerta ainda que constante aumento das temperaturas globais significa que a perda de gelo marinho da Antártida agora é quase certa. Em março, as temperaturas em partes do leste da Antártida subiram 40º C acima da média, e este ano registrou a menor extensão de gelo marinho desde o início da medição por satélites.

Mesmo no melhor cenário, a população dos pinguins-imperadores provavelmente diminuirá em 31% até o final deste século por causa das grandes mudanças climáticas já em andamento.

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