Ciência

Dia Internacional do Gato: “gateiros” tendem a fazer coisas que os felinos não gostam, diz estudo

Ironicamente, cientistas descobriram que os gatos preferem pessoas que não gostam deles ou que têm pouca experiência com felinos, por “respeitarem” o gosto dos pets

Por João Paulo Martins  em 08 de agosto de 2022

(Foto: Freepik)

 

Nesta segunda (8/8) é celebrado o Dia Internacional do Gato. Aproveitando a data, vale a pena falar sobre o estudo publicado em julho no periódico científico Scientific Reports, do grupo Nature, que revela que, ironicamente, os gatos domésticos gostam de pessoas que os odeiam porque não insistem em acariciá-los e agitá-los, dando aos felinos o controle e a independência de que precisam.

Por outro lado, os amantes de gatos, que afirmam ser conhecedores e vivem há anos com esses pets, são mais propensos a querer agarrar, carregar e acariciar os animais em áreas “proibidas”.

Ao contrário dos cães, os gatos podem parecer indiferentes e até rudes. Mas a pesquisa, liderada por cientistas britânicos especializados em comportamento animal, descobriu que a culpa pelo bichano parecer arredio e contrário às carícias pode ser do tutor, e não do animal.

Embora a maioria dos cães dê carinho a qualquer pessoa, os gatos são mais difíceis de agradar e têm algumas regras que devem ser seguidas antes de se afeiçoarem com o humano.

Como mostra o jornal britânico The Telegraph, os felinos possuem as chamadas “áreas vermelhas” que se forem tocadas, os deixam incomodados e até agressivos. Destaque para a base da cauda e a barriga.

No entanto, eles também têm “áreas verdes”, como as regiões “ricas em glândulas” na base das orelhas e sob o queixo.

No estudo recente, os cientistas descobriram que os “gateiros” ou “gatófilos” são mais propensos a tocar as áreas vermelhas, fazendo com que o animal se sinta desconfortável e aumentando a animosidade.

Além disso, de acordo com o jornal britânico, as pessoas que tiveram gatos por vários anos também não davam independência suficiente aos felinos domésticos, usando abordagens que geravam a perda da liberdade dos animais.

Cerca de 120 voluntários, com diferentes sentimentos em relação aos gatos, foram recrutados para o estudo, que foi realizado no gatil da Battersea Cats and Dogs Home, em Londres, no Reino Unido.

Cada participante foi colocado em uma sala com três gatos, para brincar com eles por cinco minutos. A pessoa foi instruída a esperar que o gato viesse até ela, mas não foi orientada sobre o que fazer com o bichano, como onde acariciar ou se devia carregá-lo.

Os pesquisadores registraram as interações e avaliaram o quão confortável o gato estava, como a pessoa se comportou e qual comportamento os gatos mais gostaram, revela o The Telegraph.

Os cientistas também fizeram perguntas aos voluntários para entender a experiência deles com os gatos, se já viveram com eles e quão bem classificaram o conhecimento que tinham sobre esses pets.

Segundo o jornal britânico, 80% de todas as interações entre humanos e gatos se enquadravam em sete categorias, com base em como os dois agiam e respondiam. A categoria principal, ou “melhor prática”, foi a considerada “passiva, mas responde ao contato, toque mínimo”.

Outras categorias incluíam a tendência a segurar ou conter o gato e tocar exclusivamente nas “áreas vermelhas”.

Os participantes que conviviam com gatos eram mais propensos a serem “arrogantes”, enquanto os donos mais experientes também eram mais propensos a acariciar as “áreas amarelas”, como cauda, pernas e costas, que são menos preferidas do que o rosto, por exemplo.

A equipe também descobriu que as pessoas mais velhas tentavam agarrar e conter os gatos mais do que os jovens, enquanto os extrovertidos tendiam a iniciar o contato com o gato, algo que os animais de estimação tendem a não gostar, pois preferem estar no controle de quando e como a interação deve começar, explica o The Telegraph.

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