Ciência

Cirurgias robóticas reduzem tempo de recuperação e complicações no paciente, afirma estudo

Pesquisadores descobriram que procedimentos cirúrgicos assistidos por robô podem gerar menos coágulos sanguíneos e menor necessidade de reinternação

Por João Paulo Martins  em 16 de maio de 2022

(Foto: BSIP/UIG/Getty Images)

 

Pacientes submetidos a cirurgias robóticas podem ter o tempo de recuperação reduzido devido a menos risco de complicações e coágulos sanguíneos, revela estudo inédito publicado no último domingo (15/5) no periódico científico Journal of the American Medical Association.

Como mostra o jornal britânico The Guardian, cientistas descobriram que pacientes com câncer de bexiga que realizaram cirurgia assistida por robô se recuperaram mais rapidamente e voltaram para casa mais cedo do que os que passaram pelo procedimento comum.

No estudo que durou três anos, a cirurgia robótica reduziu a chance de reinternação pela metade (52%) e levou a uma redução de 77% na prevalência de coágulos sanguíneos, quando comparada com pacientes que fizeram cirurgia aberta (tradicional).

“Esta é uma descoberta importante. O tempo no hospital foi reduzido e a recuperação mais rápida ao usar essa cirurgia avançada. Vimos menos complicações com a mobilidade aprimorada e menos tempo gasto na cama”, comenta o pesquisador James Catto, da Universidade de Sheffield, do Reino Unido, um dos autores do estudo, citado pelo The Guardian.

A pesquisa foi realizada de março de 2017 a março de 2020 e envolveu 29 cirurgiões em nove hospitais do Reino Unido. Um total de 338 pacientes com câncer de bexiga não metastático foram divididos em dois grupos, com 169 voluntários passando pela remoção e reconstrução assistida por robô e 169 pela cirurgia aberta.

Os cientistas descobriram que, em média, os voluntários operados com robô ficaram oito dias no hospital, em comparação com 10 dias do grupo de cirurgia aberta. Conforme o jornal britânico, a readmissão hospitalar dentro de 90 dias após o procedimento também foi reduzida, em 21% para o grupo da cirurgia robótica e 32% para aqueles que fizeram o procedimento tradicional.

Vale lembrar que a cirurgia aberta envolve um cirurgião trabalhando diretamente no paciente e com grandes incisões na pele e no músculo, mas no procedimento assistido por robô, os médicos usam instrumentos minimamente invasivos, operando-os de forma remota.

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