Ciência

Cientistas encontram 968 espécies de micróbios nas geleiras do Tibete

O mais incrível é que 82% desses micro-organismos das geleiras tibetanas eram inéditos

Por João Paulo Martins  em 04 de julho de 2022

(Fotos: Pixabay)

 

Conseguir sobreviver na altitude e no frio das montanhas do Tibete não é fácil, mesmo para seres microscópicos. Eles enfrentam temperaturas extremamente baixas, altos níveis de radiação solar, pouca comida, além de congelamento e descongelamento constantes de acordo com a época do ano. Ainda assim, nessas “condições ambientais extremas”, cientistas descobriram 968 espécies de micróbios. A descoberta consta de estudo publicado dia 27 de junho na revista científica Nature Biotechnology.

“As superfícies das geleiras suportam uma gama diversificada de vida, incluindo bactérias, algas, archaea, fungos e outros microeucariontes. Os microrganismos demonstraram a capacidade de se adaptar a essas condições extremas e contribuir para processos ecológicos vitais. O gelo glacial também pode atuar como um registro de micro-organismos do passado, com alguns de mais de 10.000 anos transportados pelo ar e que foram revividos com sucesso. Portanto, o microbioma glacial também constitui com uma cronologia inestimável da vida microbiana em nosso planeta”, afirmam os cientistas no estudo, citados pelo site americano Science Alert.

A pesquisa atual se concentrou em um grupo específico de geleiras, no planalto tibetano. Com 2,5 milhões de quilômetros quadrados, essa região é uma importante fonte de água para as áreas vizinhas da Ásia e foi particularmente afetada pelas mudanças climáticas, com mais de 80% das geleiras começando a recuar.

Conhecer os micróbios que vivem nas gélidas montanhas do Tibete é importante, não apenas porque podem vir a ser uma ameaça para os humanos e o meio ambiente, mas se não forem descobertos agora, o aquecimento global pode exterminá-los para sempre.

Curiosamente, 82% dos genomas eram de espécies novas e 11% foram encontradas apenas em uma geleira, enquanto 10% estavam localizadas em quase todas as áreas estudadas, revela o Science Alert.

O projeto se tornou um catálogo intitulado Genoma e Gene da Geleira Tibetana e os pesquisadores esperam que seja útil para estudos futuros.

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