Ciência

Cientistas descobrem buraco negro usando método inédito de detecção

O corpo celeste tem 11 vezes a massa do nosso Sol e está localizado num aglomerado de estrelas da Grande Nuvem de Magalhães

Por João Paulo Martins  em 11 de novembro de 2021

Simulação de onde se localiza o buraco negro no aglomerado de estrelas NGC 1850 (Foto: YouTube/SciTech Daily/Reprodução)

 

Cientistas descobrem buraco negro escondido num aglomerado de milhares de estrelas na galáxia Grande Nuvem de Magalhães, que é vizinha da Via Láctea. Segundo a emissora americana CNN, o buraco negro está a 160.000 anos-luz da Terra e possui 11 vezes a massa do nosso Sol.

A descoberta foi possível graças ao telescópio Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul (European Southern Observatory), localizado no Chile, que identificou como a gravidade do buraco negro influenciava o movimento de uma estrela do aglomerado chamado NGC 1850.

É a primeira vez que essa forma de detecção foi usada, revela a emissora, e pode ajudar os pesquisadores a descobrir outros desses objetos espaciais ocultos nas galáxias.

O artigo que descreve a incrível descoberta foi publicado nesta quinta (11/11) no periódico científico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

“Estamos olhando para cada estrela do aglomerado com uma lupa em uma mão tentando encontrar alguma evidência da presença de buracos negros, mas sem vê-los diretamente”, comenta a pesquisadora Sara Saracino, da Universidade Liverpool John Moores, no Reino Unido, uma das autoras do estudo, citada pela CNN.

 

 

Embora costumam ser difíceis de detectar, eles tendem a revelar sua presença de forma “invisível”, seja pela emissão de raios-X, quando engolem alguma matéria, seja pelas ondas gravitacionais que geram ao se chocarem contra densas estrelas de nêutrons ou contra outros buracos negros.

A descoberta recente chama a atenção por ser um buraco negro considerado jovem em meio a um aglomerado de estrelas também jovens, com cerca de 100 milhões de anos.

No futuro, os astrônomos podem usar esse método de detecção para encontrar outros corpos celestes “juvenis” para compará-los com buracos negros maiores em aglomerados mais antigos de estrelas para ver como crescem ao longo do tempo.

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