Ciência

Cientistas criam robô que simula animal que viveu há 450 milhões de anos

Foram usados vestígios fósseis para criar a réplica em softbotics de um pleurocistite, ancestral dos equinodermos

Por João Paulo Martins  em 07 de novembro de 2023

Pleurocistite robótico ajuda cientistas a entenderem a evolução dos equinodermos, como a estrela do mar (Foto: College of Engineering/Carnegie Mellon University/Divulgação)

 

Em estudo publicado na última segunda (6/11), na revista científica The Proceedings of the National Academy of Science (PNAS), cientistas usaram evidências fósseis para criar um robô que imita um organismo marinho que viveu há quase 450 milhões de anos.

Como mostra o site americano EurekAlert, trata-se de um novo campo de estudo chamado paleobiônica, que usa softbotics, robôs flexíveis que ajudam a entender os fatores biomecânicos que impulsionaram a evolução de animais extintos.

“Muitos princípios fundamentais da Biologia e da natureza só podem ser totalmente explicados se olharmos para trás, para a linha do tempo evolutiva de como os animais evoluíram. Estamos construindo análogos de robôs para estudar como a locomoção mudou”, comenta o pesquisador Carmel Majidi, da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA, citado pelo site americano.

Usando evidências fósseis para orientar o design e uma combinação de elementos impressos em 3D e polímeros para imitar a estrutura colunar flexível do apêndice móvel, a equipe demonstrou que os pleurocistites provavelmente eram capazes de andar no fundo do mar por meio de uma haste muscular que empurrava o animal para frente. Apesar da ausência de um análogo atual (os equinodermos evoluíram desde então para incluir as estrelas do mar e os ouriços-do-mar modernos), os pleurocistites têm sido amplamente estudados por paleontólogos devido ao seu papel fundamental na evolução dos equinodermos.

A equipe descobriu que movimentos longos  provavelmente eram mais eficazes e que aumentar o comprimento da haste muscular aumentava significativamente a velocidade dos animais sem que houvesse maior gasto de energia.

Agora que a equipe demonstrou que é possível usar softbotics para projetar organismos extintos, eles esperam explorar outros animais, como o primeiro organismo que poderia viajar do mar para a terra – algo que não pode ser estudado da mesma forma usando equipamentos convencionais.

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