Ciência

Cientistas acreditam ter encontrado a teoria “definitiva” da formação da Terra

Nosso planeta não seria um aglomerado de condritos, mas uma junção dos chamados planetesimais

Por João Paulo Martins  em 10 de julho de 2022

(Foto: Pixabay)

 

Em estudo publicado na última quinta (7/7), na revista científica Nature Astronomy, cientistas apresentam o que parece ser a teoria “definitiva” de como nosso planeta se formou. Eles explicam inclusive como surgiu a composição química peculiar da Terra.

Essa nova teoria pode ajudar a entender outros exoplanetas com possibilidade de hospedar vida.

“A teoria predominante em astrofísica e cosmoquímica é que a Terra se formou a partir de asteroides do tipo condrito, que são blocos simples e relativamente pequenos de rocha e metal que se formaram no início do Sistema Solar. O problema com essa teoria é que nenhuma mistura de condritos pode explicar a composição exata da Terra, que é muito mais pobre em elementos leves e voláteis, como hidrogênio e hélio, do que esperávamos”, explica o planetólogo Paolo Sossi, da Universidade ETH Zürich, na Suíça, citado pelo jornal britânico The Independent.

No estudo atual, os pesquisadores tentaram encontrar a melhor resposta para a formação do nosso planeta. Acredita-se que os planetas do Sistema Solar se formaram ao longo do tempo, a partir da aglutinação de pequenos grãos que formaram planetesimais (pequenos corpos de gás e poeira acumulados). Os materiais foram sendo incorporados graças à atração gravitacional.

Ao contrário dos condritos, os planetesimais se tornaram aquecidos o suficiente para criar uma separação entre o núcleo metálico e o manto rochoso, informa o jornal britânico. Além disso, planetesimais que se formaram em diferentes áreas ao redor do Sol, ou em momentos diferentes, apresentaram composições químicas notavelmente distintas.

Por meio de simulações computacionais, os cientistas criaram milhares de planetesimais que colidiam entre si, para ver se poderiam produzir corpos semelhantes a Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. As simulações mostraram que não apenas uma mistura de muitos planetesimais diferentes poderia ter formado a Terra, mas que um planeta com a composição que temos é o resultado estatisticamente mais provável.

“Apesar de termos suspeitado, ainda achamos incrível o resultado. Agora não temos apenas um mecanismo que melhor explica a formação da Terra, mas também uma referência para explicar a formação dos outros planetas rochosos. O mecanismo poderia ser usado, por exemplo, para prever como a composição de Mercúrio difere da de outros planetas rochosos. Ou como exoplanetas rochosos de outras estrelas podem ser compostos”, afirma Paolo Sossi ao The Independent.

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