Ciência

Cientista diz que módulo da missão Apollo 11 estaria orbitando a Lua

A nave Eagle, usada em 1969 por Neil Armstrong e Buzz Aldrin para deixar a superfície lunar, teria ficado orbitando nosso satélite natural

Por João Paulo Martins  em 30 de julho de 2021

O módulo lunar Eagle, usado pelos astronautas da Apollo 11 para deixar a Lua ainda pode estar orbitando nosso satélite (Foto: Pixabay) 

O cientista americano James Meador, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos Estados Unidos, diz ter provas de que um estágio do módulo lunar Eagle usado na missão Apollo 11, que levou o homem à Lua em 1969, ainda pode estar orbitando nosso satélite natural.

Ele descreve seus achados em estudo publicado no final de maio no repositório online arXiv.

Em 1969, os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin, da Nasa, fizeram história quando pousaram com sucesso na Lua. Depois de mais de 21 horas na superfície lunar, eles decolaram do Eagle ou estágio de ascensão.

Em seguida, se encontraram com Michael Collins no módulo de comando que os levou de volta à Terra. Antes de partir para casa, o estágio de ascensão foi deixado no espaço. Como mostra o site de notícias científicas Phys.org, os engenheiros da Nasa presumiram que ele voltaria à superfície da Lua algum tempo depois.

Porém, James Meador relata em seu artigo que o estágio de ascensão pode não ter caído no solo lunar e ter ficado orbitando o satélite da Terra.

O pesquisador do Caltech começou sua investigação com a suposição de que seria possível encontrar o estágio de ascensão na superfície da Lua, diz o site especializado. Para tanto, ele usou dados do projeto GRAIL, da Nasa, de 2012, que mapeou o campo gravitacional da Lua.

O cientista acreditava ser capaz de rastrear o estágio da missão Apollo 11 usando a chamada Ferramenta de Análise de Missão Geral, criada pela Nasa, que pode ser usada para mapear as trajetórias de espaçonaves em torno de planetas ou luas quando seu campo gravitacional é conhecido.

Depois de adicionar dados do GRAIL, Meador executou várias simulações usando parâmetros diferentes para condições que provavelmente existiram desde o momento em que o estágio foi descartado até os dias atuais.

Como mostra o Phys.org, o pesquisador também levou em conta a gravidade do Sol e de outros planetas (exceto Mercúrio) e dados que descrevem as forças resultantes da radiação solar. Ele descobriu que todas as simulações mostravam o estágio de ascensão teria mantido uma órbita estável.

James Meador reconhece que outros fatores podem ter levado ao desaparecimento da nave, como uma explosão causada pelo resto de combustível que havia nela e mudaria sua órbita. Mas ele acredita que se a agência espacial americana decidir procurá-la, com a tecnologia atual, será possível achá-la, caso esteja na órbita da Lua.

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