Ciência

Cientista da Nasa afirma que risco de um grande asteroide colidir com a Terra é bem maior do que se imagina

James Garvin analisou crateras de impaco geradas há milhões de anos e acredita que uma rocha enorme pode cair em nosso planeta a cada 10.000 anos

Por João Paulo Martins  em 24 de março de 2023

(Foto: Pixabay)

 

Em estudo apresentado no começo de março na 54ª edição da Conferência de Ciência Lunar e Planetária, em Houston (EUA), um importante cientista da Nasa alerta que o risco de um asteroide gigante atingir a Terra é muito maior do que se imaginava. Segundo ele, a média de tempo para ocorrer o choque de uma rocha massiva contra nosso planeta caiu de 600.000 para 10.000 anos.

Nas palavras de James Garvin, cientista-chefe do Centro de Voos Espaciais Goddard (Goddard Space Flight Center), da agência espacial americana, “seria algo como se uma merda muito grave estivesse acontecendo”.

Na pesquisa apresentada na conferência, e que ainda não foi revisada por outros cientistas, Garvin e sua equipe demonstram fortes preocupações de que as antigas crateras de impacto poderiam se estender dezenas de quilômetros além do que se imaginava, revela o jornal americano New York Post.

Os cientistas também especulam que cada colisão analisada teria sido bem mais violenta. A estimativa é que podem ter sido 10 vezes mais destrutivas do que a maior bomba nuclear já detonada.

“Esses dados topográficos permitem a reavaliação do papel de tais impactos na história recente da Terra e apresentam implicações para a defesa planetária”, dizem os pesquisadores no artigo, citados pelo jornal americano.

A análise levou em conta imagens de alta resolução de quatro crateras criadas nos últimos milhões de anos: Pantasma, na Nicarágua; Bosumtwi, em Gana; Iturralde, na Bolívia; e Zhamanshin, no Cazaquistão. As fotos ajudaram no mapeamento em três dimensões dos locais de impacto.

Em seguida, James Garvin usou o mesmo algoritmo aplicado em uma pesquisa da superfície de Marte para obter informações topográficas das crateras.

Segundo o New York Post, a análise computacional acabou demonstrando que uma região semelhante a um aro nas zonas de impacto estava muito mais distante do que o que foi anteriormente interpretado como sendo o centro da colisão do asteroide.

Só na cratera Pantasma, o algoritmo expandiu essa zona de 14,8 km para 35,2 km.

Ainda assim, alguns especialistas citados pelo jornal discordam dos achados. “Essas características são tão sutis que não acho que representem uma maior borda”, comenta o cientista planetário Gordon Osinski,  da Universidade Western, na Califórnia (EUA).

Para o também cientista planetário Brandon Johnson, da Universidade Purdue, em Indiana (EUA), essas extensões identificadas pelo algoritmo podem ser apenas áreas de detritos geradas pelos impactos.

No entanto, James Garvin afirma que “na Terra, as coisas ficam confusas, principalmente quando você joga a atinge com muita energia”, o que implica que esses detritos não seriam tão visíveis após um milhão de anos de erosão.

São necessários novos estudos antes de tirar conclusões precipitadas sobre as rochas espaciais e o que poderia acontecer com o futuro da Terra. “Não provamos nada”, comenta o cientista do centro Goddard, citado pelo New York Post.

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