Ciência

Borboleta-monarca entra para a lista de espécies ameaçadas de extinção

Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza, em apenas uma região dos EUA, a população dessas borboletas reduziu 99,9% de 1980 até hoje

Por Da Redação  em 22 de julho de 2022

(Foto: Freepik)

 

A famosa borboleta-monarca (Danaus plexippus), muito conhecida por migração anual, acaba de entrar para a lista de espécies ameaçadas de extinção. A informação foi divulgada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (International Union for Conservation of Nature ou IUCN) na última quinta (21/7).

A borboleta foi classificada como alto risco de extinção na natureza, principalmente devido a ameaças ao habitat, ao uso de pesticidas e herbicidas e às mudanças climáticas.

“É difícil observar borboletas-monarcas e sua extraordinária migração à beira do colapso, mas há sinais de esperança. Tantas pessoas e organizações se uniram para tentar proteger essa borboleta e seus habitats”, comenta Anna Walker, membro da IUCN. Citada pelo site americano LiveScience.

A monarca pesa menos de um grama, mas realiza uma mais incríveis migrações do reino animal. Todos os anos, durante o inverno, essa espécie de borboleta viaja do México e da Califórnia (EUA) para áreas propícias à reprodução no Canadá e no norte dos Estados Unidos. Como mostra o site americano, os insetos podem voar por até 4.000 km, num ciclo que dura meses. As novas borboletas eclodem nos EUA e no Canadá no verão e seguem para o sul antes que o tempo frio chegue.

Para sobreviver à jornada, os borboletas-monarcas fazem algumas paradas para descanso em habitats específicos, como as florestas de abetos oyamel (Abies religiosa) do México e as florestas costeiras de eucalipto, pinheiros e ciprestes de Monterrey, na Califórnia. Além dessas regiões, as monarcas também dependem da serralha (Asclepias sp.), única planta da qual suas lagartas podem se alimentar, revela o LiveScience.

Mas esses habitats estão ameaçados, segundo a análise da IUCN. As florestas do México e da Califórnia estão ameaçadas pelo desmatamento causado por agricultores, pela expansão urbana e pelos constantes incêndios florestais, cada vez mais comuns por conta do aquecimento global. Enquanto isso, o uso de pesticidas mata diretamente as monarcas, enquanto os herbicidas eliminam a serralha, que também perece em decorrência das secas.

A IUCN estima que a população nativa de borboletas-monarcas migratórias tenha reduzido de 22% a 72% nos últimos 10 anos. A população desses insetos que saem das Montanhas Rochosas e hiberna na Califórnia, nos EUA, encolheu 99,9%, segundo a organização conservacionista. De acordo com o LiveScience, eram 10 milhões de monarcas na década de 1980 e, atualmente, são apenas 1.914 hoje.

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