Celebridades

Fundação do príncipe Charles é acusada de “suborno”

Jornal britânico revela que a Scotland Yard iniciou uma investigação na Prince’s Foundation, instituição de caridade ligada ao filho da rainha Elizabeth II

Por João Paulo Martins  em 16 de fevereiro de 2022

Os assessores do príncipe Charles alegam que ele não tem ciência do suposto crime de suborno (Foto: Instagram/clarencehouse/Reprodução)

 

A Scotland Yard, polícia metropolitana de Londres, na Inglaterra, iniciou uma investigação de suborno contra a instituição de caridade Prince's Foundation, do príncipe Charles, primogênito e sucessor da rainha Elizabeth II. A informação foi divulgada pelo jornal britânico The Guardian.

Em breve comunicado, citado pelo periódico, a polícia metropolitana diz que iniciou a investigação depois que foram publicadas reportagens alegando ofertas de suborno para garantir honra e cidadania para um homem natural da Arábia Saudita.

Em setembro do ano passado, o jornal britânico The Times disse que o bilionário Mahfouz Marei Mubarak bin Mahfouz pagou dezenas de milhares de libras a pessoas ligadas ao príncipe Charles, que prometeram garantir sua honra.

Bin Mahfouz recebeu a medalha de Comandante da Ordem do Império Britânico (Commander of the Order of the British Empire), em cerimônia privada no Palácio de Buckingham em novembro de 2016. A honraria é dada a pessoas que contribuíram e impactaram com a sociedade britânica.

A Scotland Yard conta ao The Guardian que recebeu uma carta em setembro do ano passado com os relatos da imprensa e, após breve análise, decidiu iniciar uma investigação sobre as alegações de crimes contra a Lei de Honras (Prevenção de Abusos) de 1925.

Não houve prisões ou depoimentos de acusados, por enquanto.

A assessoria da Clarence House (residência dos monarcas britânicos) reiterou uma declaração anterior, dizendo: “O príncipe de Gales [Charles] não tinha conhecimento da suposta oferta de honra ou cidadania britânica com base na doação para suas instituições de caridade”, citada pelo jornal.

Conforme o The Guardian, Marei Mubarak bin Mahfouz tem sido um dos doadores mais prolíficos para as instituições de caridade do príncipe e possui até uma floresta com o seu nome, a Mahfouz Wood, no Castelo de Mey, do século XV, que recebeu anteriormente a rainha-mãe e, agora, é uma das residências escocesas do futuro monarca do Reino Unido.

As doações de mais de 1,5 milhão de libras (R$ 10,5 milhões) ajudaram a financiar reformas de residências usadas por Charles e outros empreendimentos de caridade. A Prince's Foundation lista publicamente Mahfouz como patrono, revela o periódico britânico.

Quando as alegações de suborno surgiram, a fundação lançou uma investigação interna, que, por sua vez, levou um dos assessores mais próximos do príncipe Charles, Michael Fawcett, a deixar temporariamente o cargo de presidente-executivo da instituição de caridade.

A polícia metropolitana de Londres afirma ao The Guardian que os oficiais entraram em contato com a fundação sobre a investigação da arrecadação de fundos. “A fundação forneceu vários documentos relevantes. Esses documentos foram revisados junto às informações existentes. A avaliação levou à abertura da investigação”, completa a Scotland Yard.

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