Ex-craque argentino Verón causa polêmica ao criticar futebol feminino

O futebol feminino cada vez ganha mais força no mundo. Na Argentina, clubes como Boca Juniors e Belgrano de Córdoba apostam no crescimento da área, mas o ex-craque do Estudiantes e da Seleção Argentina, Juan Sebastián Verón, acaba de causar polêmica ao criticar a presença das mulheres no esporte. Vídeo com a fala dele sobre o assunto vem causando mal estar entre as atletas argentinas.

Durante a assembleia geral do Estudiantes, Verón, que é o atual vice-presidente do clube, ao ser questionado por um membro sobre a falta de investimento no futebol feminino, não fez rodeios e revelou sua opinião.

“Vamos nos livrar do romantismo e de todas as coisas associadas ao amadorismo. Futebol é um negócio. Como negócio tem que ser lucrativo”, argumenta o ex-meio-campista do Manchester United, da Inglaterra, citado pelo jornal espanhol Mundo Deportivo.

O ex-jogador comparou a atuação das mulheres ao futebol masculino: “Já é muito difícil para o futebol masculino se não tiver renda que precisa ter hoje. Ou seja, ter patrimônio, ter um estádio. Então, para investir no futebol feminino, você tem que ter a mesma fonte de negócios, ou será muito difícil”.

Segundo o jornal espanhol, cerca de 300 pessoas participaram da assembleia do Estudiantes e ouviram Juan Verón dizer que, para o crescimento do futebol feminino, é preciso que alguém se interesse pelo negócio. “O clube é cobrado pelos custos que o futebol feminino tem […] Muitas vezes se pede ao clube para que o futebol feminino cresça. Realmente, tem que surgir como uma fonte de negócios que seja lucrativa. Do contrário, sempre ficamos com o discurso do romantismo, que tem que crescer, que tem que ser profissional. A realidade é que não é profissional, não é nada profissional”, comenta o ex-meio-campista.

Além disso, o ex-craque argentino culpou a falta de profissionalismo da Associação Argentina de Futebol (AFA) por não ter um projeto sério na área. “Para ser profissional, deve vir com uma unidade de negócios, com investimentos previstos no patrimônio para que tenham a mesma qualidade do futebol masculino. E não vai ter, porque não tem nada sério por trás da AFA, que promove o futebol feminino e onera o clube. É uma questão muito mais orientada para o gênero do que realmente o esporte em si. O debate é muito mais amplo do que dizer ‘o clube não serve para isso’. Acho que você tem que valorizar o que o clube faz e entender de uma vez por todas que o futebol é um negócio”.