Atriz Carla Marins critica machismo das novelas dos anos 1990 e se arrepende de ter posado para a Playboy

A plataforma de vídeos da Rede Globo, a Globoplay, colocará à disposição do usuário na próxima segunda (14/2), a novela Tropicaliente (1994). Entre os protagonistas da trama, destaque para a atriz Carla Marins, de 53 anos, que interpretou a sensual Dalila aos 26 anos. Sua personagem fazia par romântico com Márcio Garcia. Em conversa com a colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, Carla conta que a novela serviu de terapia para ela.

"Eu perdi o meu pai um mês antes do início das gravações, então, fazer essa novela foi algo realmente terapêutico para mim. Me ajudou demais a superar o período de luto. Nós ficávamos quase o dia todo na praia de Cumbuco, no Ceará. Gravávamos das 7h às 17h e, depois, íamos para o hotel, nos divertíamos", conta a atriz à jornalista.

Outro ponto que Carla Marins cita na conversa é sobre o machismo dos anos 1990. Ela própria foi considerado um símbolo sexual na época e chegou a posar nua para a revista masculina Playboy.

"Nós, atrizes da década de 1990, ainda pegamos uma estrutura muito machista e misógina. Era um ambiente muito difícil para trabalharmos e mantermos a nossa dignidade. Hoje, o meio está menos predatório. Não que eu tenha sofrido algo específico, não sofri. Mas, se você olha até mesmo para as tramas das personagens, muitas vezes elas estavam num relacionamento abusivo romantizado", revela a artista à Patrícia Kogut.

Sobre o ensaio nu para a Playboy, Carla Marins se diz arrependida. "Hoje em dia eu acho um absurdo. Eu costumo dizer para o meu filho, de 13 anos: 'na década de 1990, a gente [mulheres] entendeu que era objeto e virou cafetina do nosso corpo. Eu fiz isso com relação à Playboy" Hoje não tem mais lugar para essa objetificação", comenta.

Aos 53 anos, adepta da vida fitness, a atriz é mãe de Leon e está casada há 15 anos com o personal trainer Hugo Baltazar.