Celebridades

Afinal, Richard Branson alcançou o espaço com o avião da Virgin Galactic?

Bilionário britânico é a 1ª pessoa a alcançar o espaço usando veículo próprio, mas sua concorrente Blue Origin, do americano Jeff Bezos, diz que ele não saiu da atmosfera terrestre

Por João Paulo Martins  em 12 de julho de 2021

Richard Branson (de ponta-cabeça) chegou ao espaço no domingo (11/7) com o avião de altas altitudes da sua empresa aeroespacial Virgin Galactic (Foto: Instagram/richardbranson/Reprodução)

A competição pela conquista espacial entre o bilionário britânico Richard Branson, fundador da aeroespacial Virgin Galactic, e o bilionário americano Jeff Bezos, que criou a Blue Origin, começou no último domingo (11/7), com o súdito da rainha Elizabeth passando alguns minutos no espaço a bordo da espaçonave de sua empresa.

Ele se tornou a primeira pessoa a decolar em seu próprio veículo espacial. Por sua vez, Bezos, que é o homem mais rico do mundo, também planeja fazê-lo no próximo dia 20, com seu próprio foguete batizado de New Shepard e desenvolvido pela Blue Origin.

Ainda assim, a empresa aeroespacial americana não considera a viagem de Branson uma saída da atmosfera da Terra.

Onde começa o espaço?

A competição entre bilionários desencadeou um debate sobre qual é o verdadeiro limite a partir do qual o espaço começa. É que a atmosfera da Terra não termina numa “linha definida” no céu. Em vez disso, ela afina e desbota, gradualmente.

Muitos cientistas concordam que a fronteira espacial é a chamada Linha Kármán: distância de 100 km da superfície do planeta a partir da qual a atmosfera não consegue mais suportar aeronaves voando em velocidades suborbitais.

No entanto, o consenso em torno desse limite não é unânime. O próprio governo dos Estados Unidos usa diferentes definições de espaço em diferentes contextos. A Nasa concede o título de astronauta a qualquer pessoa que viaje a mais de 80 km de altitude. Mas o Controle da Missão da Nasa considera formalmente que a fronteira com o espaço é de 122 km, portanto, acima da Linha Kármán.

Daí a polêmica entre os bilionários: o voo de Richard Branson ultrapassou o limite reconhecido pela Nasa como a borda do espaço, mas abaixo da Linha Kármán. Já a empresa de Jeff Bezos pretende enviar turistas para além de 100 km de altitude.

Apesar de a Blue Origin ter parabenizado o colega britânico, no Twitter, a empresa listou as maneiras pelas quais ele acha que as viagens turísticas de sua empresa fez questão de comparar sua espaçonave com o “avião” da Virgin Galactic.

“Desde o início, New Shepard foi projetado para voar acima da Linha Kármán, então nenhum de nossos astronautas tem um asterisco ao lado de seu nome. Para 96% da população mundial, o espaço começa 100 km acima da Linha Kármán, reconhecida internacionalmente”, escreve a empresa de Jeff Bezos na rede social.

Elon Musk, fundador da SpaceX e outro bilionário rival de Branson e Bezos na corrida pelo turismo espacial, ainda não comentou a polêmica. No domingo (11/7), ele viajou ao Novo México para acompanhar a empreitada do colega britânico e parabenizá-lo pelo voo.

A principal diferença entre as empresas aeroespaciais é que Blue Origin e SpaceX voam no estilo Apollo (da Nasa), ou seja, usam cápsulas acopladas no topo de foguetes, em vez de um avião espacial reutilizável como a Virgin Galactic.

Após o sucesso de domingo, a empresa de Richard Branson planeja mais dois voos testes para iniciar as operações comerciais regulares no início de 2022. E, a longo prazo, pretende fazer 400 voos por ano.

Cerca de 600 ingressos já foram vendidos para pessoas de 60 países por um preço entre US$ 200.000 (R$ 1,04 milhão) e US$ 250.000 (R$ 1,31 milhão).

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