Brasil
Vídeo pode ser nova prova da presença da onça-parda branca, com leucismo, em mata de Petrópolis, no Rio de Janeiro
Felino seria o único exemplar conhecido do mundo a ter essa condição genética que deixa a pelagem branca, mas os olhos normais, diferentemente do albinismo
Um vídeo registrado em 30 de março na região da Pedra do Xangô, em Calembre, na cidade de Petrópolis (RJ), pode ser uma nova prova da existência da raríssima onça-parda (Puma concolor) com leucismo (pelagem branca). Originalmente, esse felino, que seria o único exemplar conhecido no mundo com essa mutação genética, foi avistado em 2011, segundo informações do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), que monitora a área de Mata Atlântica.
De acordo com o jornal local Diário de Petrópolis, a gravação de apenas oito segundos foi realizada por um morador por volta das 4h30 da manhã e comunicada aos técnicos da Área de Proteção Ambiental (APA) da cidade fluminense.
“Não conseguimos confirmar ainda se, de fato, é uma onça, embora a imagem registrada pelos moradores indique isso. Também não podemos dizer se é a onça albina que registramos em 2011 e 2013”, comenta Victor Valente, responsável pela APA-Petrópolis, citado pelo jornal.
Ele conta que, após serem comunicados do avistamento por volta de 8h30 da manhã, foram realizados dois sobrevoos de drones na região, mas não foram encontradas pistas do animal. “Conversamos com os moradores e continuaremos monitorando a região”, afirma Victor ao Diário de Petrópolis.
Quem fez os primeiros registros da onça-parda com leucismo foi uma equipe do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, que usou imagens capturadas por câmeras de vigilância ambiental. As fotos do felino branco começaram a circular nas redes sociais em 2018, quando foi publicado um estudo sobre esse avistamento.
Como explica o ICMBio, o leucismo é uma alteração genética que causa a despigmentação dos pelos de parte ou de todo o corpo do animal. Ao contrário do albinismo, o leucismo não afeta a íris e outras partes do corpo do felino, além da pelagem. Também não ocorre maior sensibilidade à luz do Sol.
Trata-se do primeiro registro de leucismo em onças-pardas no mundo. Essa alteração genética é rara em mamíferos, já tendo sido registrada em tigres e leões.
Victor Valente conta ao jornal fluminense que há a possibilidade de o animal flagrado em 30 de março ser o mesmo de 10 anos atrás, considerando que a onça costuma ocupar uma grande área, com mais de 30 km de raio. Em média, essa espécie vive cerca de 13 anos.