Brasil

Ação de marketing da loja Reserva, em Salvador, é vista como racista por internautas

Situada no shopping Barra, na capital baiana, a loja usou um manequim de cor preta para quebrar a vitrine, como se invadisse o local em busca de promoção

Por João Paulo Martins  em 16 de fevereiro de 2022

O que devia ser uma pessoa entrando na loja Reserva, em Salvador (BA), para ver a liquidação, acabou gerando suspeita de racismo (Foto: Facebook/taina.moraes.71619/Reprodução)

 

A loja da grife carioca de roupas Reserva, no shopping Barra, em Salvador (BA), está causando polêmica na internet depois que colocou um manequim de cor preta quebrando a vitrine para participar de uma liquidação.

Imagens começaram a circular nas redes sociais na última segunda (14/2). Em conversa com o jornal Correio um funcionário da loja, que não teve o nome revelado, disse que muitos clientes comentaram que a cena parecia de arrombamento.

No Twitter, em publicação compartilhada na última terça (15/2), a influenciadora digital baiana Ashley Malia comentou a controversa ação de marketing: "Empresas e pessoas precisam ser responsabilizadas por práticas racistas. É inconcebível a população negra continuar sendo violentada dessa forma. Isso continua acontecendo porque o Brasil não tem compromisso com a pauta racial e não trata isso como uma questão importante. Isso foi em Salvador, no shopping Barra, um dos mais elitistas da capital mais negra do Brasil. Não podemos aceitar esse tipo de coisa, não dá mais pra fingir que não tá vendo".

 

 

O post recebeu dezenas de comentários.

"Zero novidades do antro do fascismo que é esse bairro", critica o usuário intitulado @vyagobruno, em resposta a Ashley Maia.

"Ah, não, quebra toda a loja caraio [sic]... Esse governo tá fazendo [o] que antes era velado, agora, se tornar escancarado", comenta o perfil @gdlduporto.

"Eu não tô acreditando que tô vendo isso.. Essa porra [sic] dessa marca de novo?", diz a usuária @thaissAbreu, na mesma rede social.

Para quem não sabe, a marca Reserva surgiu em 2004 no Rio de Janeiro, fruto de uma parceria entre os amigos Rony Meisler, engenheiro de produção, e Fernando Sigal, publicitário. Em 2011, a empresa recebe novos sócios: Jayme Nigri e José Alberto Silva, Luis Roberto Pinto e Luciano Huck. Atualmente, são 78 lojas próprias e 32 franquias espalhadas pelo Brasil.

A Reserva enviou a seguinte nota ao TrendsBR:

A vitrine “Loucuras pela Reserva” com o boneco entrando pela parte de fora da vitrine (o mesmo sempre usado normalmente do lado de dentro da vitrine) jamais teve como objetivo ofender qualquer pessoa ou disseminar ideias racistas e sim de somente divulgar a liquidação da marca.

No entanto, se mesmo sem intenção, a vitrine ofendeu a alguém comunicamos aqui que ela será imediatamente desmontada.

Acreditamos na empatia como única forma de viver em sociedade e repudiamos o racismo em todas as suas formas de expressão.

A diversidade e inclusão são valores essenciais de nossa marca.

 

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