Bizarrice

Tubarão-branco "trola" cientistas e "desenha" autorretrato com rastreador de GPS

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Por João Paulo Martins  em 23 de setembro de 2022

O enorme tubarão-branco Breton “trolou” os cientistas com o GPS instalado em sua barbatana dorsal (Foto: Facebook/OCEARCH/Reprodução)

 

Um enorme tubarão-branco (Carcharodon carcharias) com quatro metros de comprimento “trolou” biólogos americanos “desenhando" um autorretrato no oceano usando rastreamento via satélite (por GPS).

Segundo o tabloide britânico Daily Star, o peixe é conhecido como Breton, em homenagem à ilha de Cape Breton, na Nova Escócia, no Canadá, e foi o primeiro tubarão a receber o rastreador como parte do projeto da ONG Ocearch em setembro de 2020.

Os pesquisadores ficaram fascinados com o formato do trajeto realizado pelo peixe no oceano Atlântico.

“Interessante é que na mesma época do ano passado ele deixou a costa da fronteira NC/SC [Carolina do Norte/Carolina do Sul] por cerca de uma semana, mas depois voltou no mesmo local e ficou entre VA [Virgínia] e SC [Carolina do Sul] por um tempo até sair para o norte. Se ele continuar indo para o norte, definitivamente está cedo e ainda muito frio lá em cima. Ele pode passar um tempo no mar, onde é mais quente, ou até mesmo voltar um pouco”, diz a publicação compartilhada pela Ocearch no facebook em abril deste ano, e que trazia a curiosa imagem feita pelo trajeto de Breton. 

A criatura de 651 kg viajou ao longo da costa leste dos EUA até a Nova Escócia, no Canadá. Nessa época, as localizações do rastreador GPS eram indicadas por meio de um dispositivo instalado na barbatana dorsal do enorme peixe, toda vez que ele emergia.

Incrivelmente, na jornada rastreada de 444 dias, Breton conseguiu “desenhar” a forma de um tubarão nadando para baixo no Atlântico, com a “barbatana” tocando a costa dos EUA perto da cidade de Brick, em Nova Jersey.

 

Após 444 dias de rastreamento via satélite, cientistas se impressionaram com o formato do trajeto de Breton (Foto: Facebook/OCEARCH/Reprodução)
Curiosamente, o tubarão-branco “desenhou” o formato de tubarão em seu trajeto de 444 dias no oceano Atlântico (Foto: Facebook/OCEARCH/Reprodução)

 

A localização de Breton foi marcada pela primeira vez em 12 de setembro de 2020 à 1h na ilha Scaterie, no Canadá. O dado mais recente emitido pelo tubarão-branco foi em 21 de setembro de 2022, às 3h29, na costa de Baie de Plaisance, na província canadense de Quebec.

De acordo com o Daily Star, a Ocearch acompanha a vida marinha há 15 anos e, até agora, já implantou rastreadores em mais de 400 animais. Isso ajuda a entender os hábitos de espécies marinhas, incluindo tartarugas e focas.

A ONG até transmite o posicionamento de tubarões ao vivo, o que significa que qualquer pessoa pode ver onde eles estão no mundo. Há até alguns animais com GPS na costa do Brasil.

Normalmente, segundo o tabloide britânico, os tubarões são capturados no oceano e recebem o rastreador por equipes de cientistas, que mantêm as guelras do peixe cobertas de água para que possam respirar.

Esse trabalho também ajuda os biólogos marinhos a coletarem dados como sexo, tamanho e até amostras para estudos de laboratório – para identificação de doenças e problemas enfrentados pelas espécies.

Conhecidos como os maiores predadores dos oceanos, os grandes tubarões-brancos podem crescer até quatro metros de comprimento e viver até 60 anos.

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